ATA DA QUADRAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
08-6-2006.
Aos oito dias do mês de junho do ano de dois mil e
seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo,
Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Maria Celeste, Mônica Leal, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Cassiá Carpes,
Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Gerson Almeida, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Paulo Odone, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Defesa
do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, os Pedidos de Providência nos
1324 e 1325/06 (Processos nos 3247 e 3251/06, respectivamente); pela
Comissão de Educação, Cultura e Esportes, a Indicação nº 021/06 (Processo nº
3025/06); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos
1333, 1335 e 1336/06 (Processos nos 3259, 3261 e 3262/06, respectivamente)
e os Projetos de Lei do Legislativo nos 125 e 131/06 (Processos nos
2998 e 3077/06, respectivamente); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Informação
nº 146/06 (Processo nº 3235/06). Também, foram apregoados Requerimentos de
autoria do Vereador Professor Garcia, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando
o desarquivamento dos Projetos de Lei do Legislativo nos 480 e
481/03 (Processos nos 6958 e 6960/03, respectivamente). Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 396/06, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 944/06, do Senhor Paulo César Hack e da Senhora
Margaret Rodrigues, respectivamente Gerente de Desenvolvimento Urbano e
Supervisora de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal; 10168732 e
10168733/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança o Suplente
Dr. Raul, em substituição ao Vereador Haroldo de Souza, em Licença para Tratar
de Interesses Particulares, do dia de hoje ao dia trinta de junho do corrente,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e
Esportes. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças do Frei Carlos
Raimundo Rockenbach e da Senhora Edite Maria Caneppele Heck, respectivamente
Pároco e Presidenta do Conselho Paroquial da Paróquia Santo Antônio do Partenon,
convidando Suas Senhorias e integrarem a Mesa dos trabalhos. Ainda, como
extensão da Mesa, foram registradas as presenças das Senhoras Lourdes Monteiro,
Suely Neves Moreira e Maria Terezinha Silva. Em continuidade, o Senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Frei Carlos Raimundo
Rockenbach, que convidou a todos para a Festa de Santo Antônio, a ser realizada
no dia treze de junho do corrente, salientando que esse evento integra o
Calendário Oficial de Porto Alegre. Nesse contexto, destacou a importância da
Festa de Santo Antônio para a comunidade paroquial e para a população
porto-alegrense. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Professor Garcia, Maristela Maffei, Aldacir Oliboni, João Carlos
Nedel, José Ismael Heinen, Cassiá Carpes, Ervino Besson e Dr. Raul
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às
quatorze horas e quarenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e cinco minutos,
constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz
pronunciou-se em relação às taxas de juros praticadas atualmente no Brasil,
alegando que o aumento desses índices se deu por iniciativa do Governo Federal,
que modificou o artigo 192 da Constituição Federal, que regula essa área. Sobre
o tema, mostrou-se contrário à oferta de empréstimos para aposentados, com
desconto em folha de pagamento, argumentando que as taxas cobradas nesses serviços
são abusivas. A Vereadora Manuela d'Ávila analisou o pronunciamento do Vereador
Luiz Braz, em Grande Expediente, acerca dos juros praticados por instituições
financeiras no Brasil, ressalvando que considera a política econômica praticada
pelo ex-Governo brasileiro responsável por essas taxas. Ainda, discutiu a
proposta de Reforma Universitária encaminhada pelo Ministério da Educação ao
Congresso Nacional, elogiando a previsão de ampliação de vagas oferecidas em
universidades públicas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib,
referindo-se aos fatos ocorridos durante a Sessão Ordinária de ontem, reafirmou
que a Comissão de Constituição e Justiça deveria analisar a legalidade do
reajuste dado pelo Governo Municipal ao funcionalismo público. Sobre o assunto,
asseverou que é função deste Parlamento fiscalizar os atos do Poder Executivo,
julgando que esta Casa poderia editar uma medida revogando o Decreto Municipal
nº 15.194/06. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Mônica Leal mencionou problemas de
segurança pública verificados nos últimos dias e lastimou a morte do Tenente
Oscar dos Santos Carvalho, da Brigada Militar, durante roubo a banco ocorrido
no Município de Casca, no dia cinco de junho do corrente. Em relação ao
assunto, analisou as causas do crescimento da criminalidade no Brasil, cobrando
do Governo Federal mais investimentos na área de segurança pública. O Vereador
Elói Guimarães relatou reunião realizada hoje, entre diversas autoridades,
sobre a relocação das Vilas Dique e Nazaré, prevista no projeto de ampliação do
Aeroporto Internacional Salgado Filho, considerando esse encontro produtivo na
busca de soluções para esse problema. Nesse sentido, noticiou a decisão de se
realizar um loteamento na Rua João Paris e informou a necessidade de se
buscarem áreas adicionais para esse fim, pela falta de espaço suficiente
naquele logradouro. O Vereador Bernardino Vendruscolo teceu críticas ao serviço
prestado pelas empresas CelularTec e Nokia, relatando dificuldades enfrentadas
por Sua Excelência para obter, junto a essas companhias, o conserto de aparelho
de telefone celular de sua propriedade. Nesse contexto, referiu-se ao Requerimento
nº 212/05, que solicita constituição de Comissão Especial para averiguar
problemas na prestação de serviços de telefonia móvel em Porto Alegre. O Vereador
João Bosco Vaz procedeu à leitura do artigo “O País da Baderna”, de autoria do
Jornalista Clóvis Rossi, publicado nos jornais Folha de São Paulo e O Sul, o
qual analisa o papel desempenhado pelos Poderes Públicos e pelo Senhor Luiz
Inácio Lula da Silva, Presidente da República, no atual contexto político e
social brasileiro. Sobre o assunto, considerou o referido texto um relato fiel
do momento por que passa o Brasil. A Vereadora Maria Celeste cobrou maior
efetivo de policiais militares para o entorno de escolas na Zona Norte de Porto
Alegre, referindo-se à falta de segurança e iluminação pública nas proximidades
da Escola Técnica Estadual José Feijó, conforme relatado a Sua Excelência por
um professor dessa instituição. Ainda, requereu maiores investimentos do
Governo Estadual, sustentando que o contingente da Brigada Militar lotado na
Zona Norte é insuficiente para as necessidades daquela região. A seguir, foi
apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando
Licença Paternidade, nos termos do artigo 218, inciso V, do Regimento, do dia
sete ao dia onze de junho do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Gerson Almeida, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foram apregoadas
Declarações firmadas pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT,
informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris e Guilherme Barbosa em
assumirem a vereança em substituição ao Vereador Carlos Comassetto na referida
data. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes comentou problemas nos serviços
públicos de segurança e saúde oferecidos aos cidadãos, propugnando por uma
atuação mais efetiva dos Governos Municipal, Estadual e Federal para que sejam
viabilizadas mudanças nessas áreas e beneficiada a população. Ainda, citando
índices de desemprego observados no País, criticou políticas do Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em termos de geração de emprego e renda. Após, o Senhor Presidente
registrou a presença do Senhor João Jorge da Silva, ex-Presidente do Diretório
Municipal do PSDB em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Mario Fraga anunciou mensagem de correio
eletrônico, recebida do Diretor da Zona Sul do Departamento Municipal de
Limpeza Urbana, em que Sua Senhoria se coloca à disposição dos Vereadores para
esclarecimentos e medidas atinentes a esse órgão. Também, elogiou a gestão do Secretário Maurício Dziedricki e manifestou-se sobre o processo de
transferência das Vilas Dique e Nazaré, em face das obras de ampliação do
Aeroporto Internacional Salgado Filho. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 105, 107, 110/06, este discutido pelo
Vereador João Antonio Dib e pela Vereadora Mônica Leal, e 112/06, discutido
pelos Vereadores Professor Garcia e José Ismael Heinen; em 2ª Sessão, os
Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 009 e 010/06, o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/06, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib, José Ismael Heinen e Ervino Besson, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 101, 102, 106, 077/06, este discutido pelos
Vereadores Professor Garcia e Ervino Besson, 078 e 099/06, estes discutidos
pelo Vereador João Antonio Dib, e 082/02, discutido pelos Vereadores Professor
Garcia e Ervino Besson, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/06, discutido pelo
Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 076/06; em 3ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 100 e 103/06, este discutido
pelos Vereadores João Antonio Dib e Professor Garcia, os Projeto de Resolução
nº 075/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ibsen Pinheiro afirmou que o Poder Judiciário invadiu as
atribuições do Poder Legislativo ao exigir a verticalização nas coligações
partidárias para as eleições presidenciais de outubro do corrente. Ainda,
cumprimentou o Deputado Aldo Rebelo pela serenidade demonstrada na contenção de
integrantes do Movimento pela Libertação dos Sem Terra – MLST –, quando de
depredações ocorridas no Congresso Nacional no dia seis deste mês. O Vereador
Claudio Sebenelo formulou críticas ao Partido dos Trabalhadores, declarando que
a história desse Partido, desde sua fundação, em mil novecentos e setenta e
oito, se caracteriza pelo incentivo à passionalidade e no uso dos movimentos
sociais na busca de benefício eleitoral. Da mesma forma, teceu considerações
acerca da atual conjuntura política brasileira, referindo-se à invasão do Congresso Nacional por integrantes do
MLST, no dia seis de junho do corrente. A Vereadora Maristela Maffei asseverou que o PSB tem uma trajetória
de apoio a movimentos sociais, mas não concorda com a invasão do Congresso Nacional efetuada pelo MLST. Finalizando,
questionou a forma como esse assunto vem sendo abordado por grupos políticos e
pela imprensa, frisando que mobilizações populares não devem ser rotuladas de
forma genérica, mas exigem análises aprofundadas quanto à complexidade e
especificidade de cada situação. A Vereadora Clênia Maranhão analisou o
processo de construção da democracia brasileira, destacando que esse sistema
político ainda se encontra em um momento inicial e exige uma atenção e um
cuidado contínuos para que sejam viabilizadas as condições necessárias à sua
completa consolidação no País. Além disso, criticou decisão do Poder Judiciário,
de exigência da verticalização nas coligações partidárias concernentes ao
pleito eleitoral programado para outubro do corrente. A Vereadora Manuela
d'Ávila defendeu a implementação
de uma Reforma Política no País, avaliando temas como o papel dos Partidos, coligações,
fidelidade partidária e financiamento público de campanhas eleitorais. Também,
informou que a Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
irá investigar a ação da Brigada Militar no episódio da ocupação da Fazenda Guerra,
localizada no Município de Coqueiros do Sul – RS –, ocorrida em março deste
ano. A Vereadora Sofia Cavedon classificou como omissas as gestões do
Governador Germano Rigotto e do Prefeito José Fogaça no atinente aos serviços
de segurança, citando dados relativos aos recursos aplicados pelo Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva nessa área. Ainda, comentou casos de falta de
segurança em escolas de Porto Alegre, apresentados por participantes da
Audiência Pública sobre o assunto, realizada nesta Câmara Municipal no dia vinte e seis de maio do
corrente. O
Vereador Ervino Besson teceu considerações acerca do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST –, lembrando que a Constituição Federal prevê o
direito à propriedade privada e repudiando o encaminhamento dado por esse
Movimento às lutas em prol da Reforma Agrária. Nesse sentido, afirmou que a invasão
do Congresso Nacional no dia seis de junho do corrente configura-se num ato de
anarquia e não condiz com mobilizações de teor verdadeiramente democrático. O
Vereador José Ismael Heinen, mencionando
reportagens veiculadas ontem pela imprensa, nas quais são divulgados documentos
comprovando que a invasão do Congresso Nacional, verificada no dia seis deste
mês, foi organizada previamente por lideranças do MLST, declarou que ações como essa comprometem a paz, a liberdade e a
democracia vigentes no Brasil. Finalizando,
teceu críticas à atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como
Presidente da República. Às dezessete horas e vinte minutos, constatada a inexistência
de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib e Elói Guimarães, os
dois últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos
Vereadores Elias Vidal e Professor Garcia, este como Secretário “ad hoc”. Do
que eu, Elias Vidal, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Dr. Raul, aqui presente, assume a Vereança em substituição ao Ver. Haroldo
de Souza, o qual teve a sua Licença votada no dia de ontem. O Vereador já
prestou o juramento e integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes -
CECE.
Passamos
à
Temos
a satisfação de receber a Paróquia Santo Antônio do Partenon. Estão aqui
presentes em nossa Câmara o Frei Carlos Raimundo Rockenbach, Pároco da Igreja
Santo Antônio; a Srª Edite Maria Caneppele Heck, Presidenta do Conselho
Paroquial; a Srª Lourdes Monteiro, da Pastoral Social e do Pão; a Srª Suely
Neves Moreira, responsável pelo patrimônio e finanças da Paróquia e a Srª Maria
Terezinha Silva, da Pastoral Social e do Pão. Eu peço para comporem a Mesa.
O
Frei Carlos Raimundo Rockenbach, representando a Paróquia Santo Antônio do
Partenon, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à Festa de Santo
Antônio, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. CARLOS RAIMUNDO ROCKENBACH: Obrigado, Ver. Luiz Braz.
Agradecemos, do fundo do coração, por este espaço que nós é concedido todo ano
para fazermos este convite a todos e a todas para esse grande evento de fé e
devoção aqui em Porto Alegre, já que consta no Calendário Oficial desta Cidade
este grande evento, a Festa de Santo Antônio. E também queremos levar este
convite, através da TVCâmara, a todos aqueles que nos assistem.
Este
ano, nós estamos em um ano todo especial, há uma feliz coincidência: no dia 13
de junho, uma data muito memorável, os amantes de futebol de todo mundo e, de
uma maneira toda particular, do Brasil, estão com a atenção e os olhares
voltados para Alemanha.
Hoje,
e, de um modo todo especial, no dia 13 de junho, Dia de Santo Antônio, nós
esperamos mais uma vez trilhar o caminho da vitória e chegarmos à conquista do
Hexacampeonato Mundial. Mas dia 13 também, de longa data, é um dia especial,
porque milhões de fiéis, devotos de Santo Antônio, de todos os recantos da
terra acorrem aos milhares de santuários, igrejas e capelas a ele dedicadas
para celebrar o Santo das multidões. Santo Antônio, além de ser intercessor
junto a Deus, é mestre da verdade, defensor das famílias, protetor das
crianças, presença nas horas difíceis, multiplicador do pão e da solidariedade,
defensor da justiça, construtor da paz, e, assim, poderíamos enumerar uma
infinidade de atribuições, de virtudes que ele testemunhou e viveu. Por isso
ele não é apenas inspiração e modelo para todos nós no campo da fé da religião;
mas Santo Antônio, neste contexto social - político e econômico conturbado - é,
também, inspiração e modelo de nossa ação social, de nossa missão política na
organização econômica.
Assim
como o Zagalo, grande devoto de Santo Antônio, acreditamos que a fé naquele que
Santo Antônio leva nos braços e no coração, que é o Cristo Senhor, pode ajudar
a Seleção a trilhar o caminho da vitória; também acreditamos que esse grande
modelo de fidelidade ao projeto de Jesus Cristo pode ajudar o povo brasileiro a
trilhar o caminho da vitória no âmbito da política, da economia e das relações
sociais.
Assim
como a nossa Seleção terá adversários difíceis de serem batidos, nós, como povo
brasileiro, temos adversários mais desafiantes a serem enfrentados: a
violência, a corrupção, a gritante desigualdade social, a competição desleal, o
individualismo, as drogas, o materialismo desenfreado e tantos outros, pois a
missão de Cristo, à qual Santo Antônio foi fiel, é de que todos tenham vida e
vida em abundância. Santo Antônio tem muito a nos dizer e a nos ajudar a buscar
esta vida em abundância. Por isso que, em nome de todos os freis capuchinhos -
de modo especial os da Paróquia Santo Antônio -, em nome da Coordenação do
Conselho da Paróquia Santo Antônio do Partenon, das centenas de lideranças,
voluntários e voluntárias, tomo a liberdade de convidar todos vocês desta Casa,
Vereadores e Vereadoras, funcionários e funcionárias e todos os que nos
assistem pela TVCâmara para participarem conosco, no dia 13 de junho, das
celebrações de Santo Antônio, na Igreja Santo Antônio do Partenon.
Já
no dia 11, às 19h, faremos a Procissão dos Namorados, convidando todos para nos
unirmos e rezarmos com os namorados e por eles. Dia 13, terça-feira, teremos
missas com bênção da saúde, benção e partilha dos pães, de hora em hora, a
partir das 7h às 20h. Teremos procissões com a imagem de Santo Antônio pelas
ruas do Bairro Santo Antonio, às 9h, às 15h, um pouco antes da estréia do Brasil
na Copa, e às 20h.
E
não poderíamos deixar, também, neste dia, de trazer aqui o símbolo que se
identifica com Santo Antônio: os pães de Santo Antônio, pois o pão concentra e
significa tudo o que o ser humano precisa para viver dignamente.
Cristo,
Santo Antônio e todos nós queremos vida em abundância para todos. Por isso
vamos trazer aqui diante de nós os pãezinhos de Santo Antônio. Vocês já
receberam a caneta para escrever coisas boas, assinar Projetos que venham ao
encontro da vida e da dignidade do nosso povo. Queremos, além de abençoar os
pães, trazer a bênção de Santo Antônio a todos os Vereadores, a todos os que
trabalham nesta Casa e a todos aqueles que estão sob nossa responsabilidade
nesta cidade maravilhosa: o nosso povo, os nossos cidadãos, os nossos fiéis e
os nossos devotos de Santo Antônio.
E
reforçando o convite, no dia 13, vale a pena a gente estar junto do nosso povo.
É a segunda maior festa religiosa de Porto Alegre , e muita gente busca em
Santo Antônio a sua inspiração para continuar lutando pela vida, pela
dignidade, pela paz e para um futuro melhor para as gerações que vêm por aí.
Podem
trazer os pães para diante de todos. Vamos invocar a benção de Deus, e, depois,
estes pães serão partilhados.
Que
o gesto da partilha também simbolize o nosso desejo de lutar para que haja pão,
vida e dignidade em todas as mesas.
Vamos,
juntos, estender a mão sobre estes pães, porque somos portadores da bênção.
Bênção é desejar o bem, é suplicar o bem de sua fonte, que é Deus, e,
sobretudo, é fazer o bem. É o que nós desejamos de todos vocês, de todos nós
(Lê.): “Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo-poderoso, abençoai este pão, pela
intercessão de Santo Antônio, que por sua pregação e exemplo distribuiu o pão
de vossa palavra aos vossos fiéis. Que este pão recorde aos que o comerem ou o
distribuírem com devoção o pão que o vosso Filho multiplicou no deserto para
alimentar a multidão faminta, o pão Eucarístico que nos dais todos os dias no
mistério da Eucaristia. Fazei que este pão nos lembre o compromisso para com
todos os nossos irmãos e irmãs necessitados de alimento corporal e espiritual.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, pão vivo que desceu do céu e que dá
vida e salvação ao mundo, na unidade do Espírito Santo. Amém.” Que Deus abençoe
estes pães, abençoe quem generosamente o partilha, abençoe todos vós, o vosso
trabalho, a vossa missão; em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Obrigado, partilhemos e degustemos este pão.
(Não
revisado pelo orador.)
(É
feita a distribuição dos pães.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Convidamos
o Frei Carlos a fazer parte da Mesa. O Ver. Professor Garcia está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado
Ver. Luiz Braz; Frei Carlos, mais uma vez aqui na Casa trazendo a benção, mas
principalmente o convite para participarmos da Festa de Santo Antônio e da
trezena. Cara Edite, Presidente do Conselho Paroquial; Suely, Maria Terezinha,
Lourdes, que estão distribuindo os pães, cada uma delas com as suas missões
junto à Pastoral - a Suely, na questão patrimonial, cuida do dinheiro. Também
estão aqui conosco o Anacleto, da Pastoral do Batismo; a Adélia, do coral; o
Doro, da Pastoral do Batismo, junto com a Zulmira; e o Otacir, da equipe de
segurança da Paróquia.
Frei,
eu acho que é importante fazer essa simbologia, analogia, junto com a Copa, é
sempre um momento oportuno. Mas eu acho que o trabalho mais importante, na
realidade, é a ação social que é feita da Paróquia, e este convite de Santo
Antônio para uma conversão. O que tem de muito bonito lá é viver em comunidade.
Eu acho que, quando a gente aprende a viver em comunidade, a gente aprende a
partilhar, é menos egoísta. E a trezena já está em andamento com as missas às
15h30min e às 19h. E, no dia 13, haverá missa de hora em hora, com a procissão.
Então,
mais uma vez, parabéns pela sua comunidade. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, caro amigo, sempre presente, Frei Carlos, em nome da Suely eu quero
cumprimentar todas as meninas que estão sempre aqui conosco e lá na comunidade.
Eu gostaria de dizer que a Igreja Santo Antônio foi a primeira Igreja - e eu
era ainda menina quando nós chegamos do Interior do Estado -, que estava com as
portas abertas, e a gente passava ali, quando íamos para o Colégio Santo
Antônio, para fazer uma oração, até pela formação, vinda lá do Interior, dos
Franciscanos. Às vezes a gente chorava, mas também trazíamos as nossas alegrias
num mundo tão diferente como é uma grande cidade. Então, eu tenho uma
referência muito especial, no cantinho do meu coração. Eu fico imaginando, e
aqui nós somos testemunhas do que significa para toda a nossa comunidade e, em
especial, àqueles que vêm do Interior e que encontram, dentro de uma Igreja, o
espírito de recepção, como é aquele cantinho do Reino de Deus. Então, nós
estamos muito felizes em recebê-los e, mais uma vez, estamos juntos nesta
caminhada e, com certeza, estaremos, num desses dias, lá junto com vocês.
Obrigada pelo pão, porque a gente sabe muito bem o significado que ele tem,
muito mais do que a fome do corpo ele alenta muito o nosso espírito. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver.
Aldacir Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Luiz Braz; nosso Pároco, Frei Carlos Raimundo, da Santo
Antônio, Edite e demais colegas aqui presentes, nós, católicos, prezamos muito
por esses encontros de fé e de conversão. Em nome da Bancada do PT, queremos
não só parabenizar, mas também nos solidarizarmos a esses momentos tão
importantes na vida do ser humano. Por incrível que pareça, são milhões e
milhões de brasileiros, enfim, do mundo todo, que buscam, através da Igreja, da
nossa fé, esse momento de conversão. Creio que a Igreja de Santo Antônio,
através da sua luta, de todos os padres lá presentes, os Capuchinhos, procuram
trazer presente para nós, não só os fatos que acontecem no mundo, mas também a
possibilidade de superar esses momentos difíceis em que o País e o mundo
passam. Não é só um momento de festa e de oportunidade de satisfazermos as
nossas vontades, mas acima de tudo é esse momento de fé e de conversão que as pessoas estão tendo quando a
Igreja percebe que é preciso se voltar também para os Cristãos, e oportunizar,
através do diálogo e da conversão, para que nós possamos continuar a nossa vida
acreditando no Pai maior que é Jesus Cristo. Uma boa sorte para vocês, boa
festa, estaremos lá.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Em nome da Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib,
Mônica Leal e no meu, damos as boas-vindas ao Frei Carlos Raimundo Rockenbach,
e a minha querida conterrânea Edite Heck, por vir a esta Casa trazer, por
intermédio, por intercessão de Santo Antônio, a bênção divina. Muito obrigado.
Nós precisamos tanto das graças divinas, dos dons do Espírito Santo, porque por
intermédio de Santo Antônio recupera-se o perdido, rompe-se a dura prisão, e no
auge do furacão cede o mar embravecido. Eu estive ontem, também, numa missa
presidida por Dom Zeno Hastenteufel, na Santo Antônio do Pão dos Pobres. Espero
ir numa das cerimônias religiosas lá na sua Paróquia. Cumprimentos. Muito
obrigado. Sucesso na festa, e que Santo Antônio continue derramando as suas
bênçãos sobre a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; ilustríssimo Pároco Frei Carlos
Raimundo Rockenbach, paroquianos da nossa Paróquia Santo Antônio, a fitinha do
Santo Antônio já está carcomida, mas está firme, aqui, e eu vou renová-la este
ano. Mas eu quero, Frei, em nome do Partido da Frente Liberal, desejar que
essas festividades deste ano sejam realmente de renovação de fé, e que este
pãozinho alimente o nosso povo faminto, mas faminto de fé, de solidariedade e
de esperança. É isso que eu vou pedir, e peço que Santo Antônio olhe para o
nosso povo tão necessitado, como estamos neste momento. Muito obrigado pela
presença, e conte com a nossa colaboração.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cassiá
Carpes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente,
quero saudar o Frei Carlos, e quero dizer, com a maior satisfação, que neste
momento de desagregação das instituições e da sociedade, a fé é muito
importante, muito importante mesmo; nós precisamos de fé, de idoneidade, de
ética, a família precisa voltar a ser, sem dúvida, junto com a escola, a ter um
trabalho essencial para diminuir essas constantes desagregações, e a Igreja
Católica tem um papel muito importante, principalmente quando faz um trabalho
desta natureza, numa região da Cidade em que perto, logo ali, tem uma camada
social muito pobre, com imensas dificuldades. Portanto, nós precisamos, neste
momento em que as pesquisas apontam a insegurança, o desemprego e a questão da
saúde como pontos importantes de Santo Antônio e da Igreja, que tem um papel
fundamental, com o seu símbolo, com a sua fé, com o seu trabalho. E o trabalho
que vocês realizam, eu não tenho dúvidas de que este é o caminho certo. Esta
Casa fica muito feliz em tê-los aqui, e conseqüentemente por este trabalho que
vocês fazem para a sociedade, principalmente àquelas mais carentes. Obrigado
pela presença. Estão no caminho certo, e estamos torcendo por fé, saúde e
prosperidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Presidente
Luiz Braz, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu caro Frei Raimundo,
ao saudá-lo quero saudar as senhoras que o estão acompanhando, que já foram
citadas aqui pelo nosso Presidente, e, claro, todos os seguidores de Santo
Antônio. Falo com muito orgulho em meu nome, em nome da Verª Neuza, do
Presidente desta Casa, Dr. Goulart, do Ver. Mario Fraga, do Ver. Nereu D’Avila
e do Ver. João Bosco Vaz. O fato mais marcante no dia de hoje foi o momento em
que o Frei abençoou os pães e abençoou esta Casa, que está precisando. Quem
sabe lá, Frei, esta sua bênção se estenda a outros Parlamentos, onde se decide
o destino do nosso País, o destino do nosso povo, àquelas pessoas que recebem o
voto popular, que têm a obrigação de administrar o nosso País de uma forma
clara, transparente e com honestidade. Infelizmente a gente tem que dizer que
hoje não está acontecendo isso, mas quem sabe esta bênção de Santo Antônio,
hoje, consiga que estas pessoas façam pelo menos uns instantes de reflexão e
retomem uma outra forma de administrar este País, respeitando o povo,
respeitando a nossa democracia. Esta Casa sente-se muito honrada em recebê-los
aqui, porque é um momento extremamente importante. Muita saúde, muita paz, e
temos certeza de que a festa se dará - como em todos os anos - com uma
freqüência extraordinária do povo, pois o povo precisa desses minutos de
reflexão. Que Deus abençoe mais uma vez essa caminhada de vocês. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, eu queria fazer um registro para o nosso Frei Carlos, de que esta
Sessão está sendo presidida por um Antônio - Antônio Luiz Braz. Saúde e PAZ!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João
Antonio Dib tem uma proximidade com a Igreja Santo Antônio. Vocês sejam sempre
muito bem-vindos. É uma comunidade em que temos um convívio muito bom, temos
muitos amigos naquela comunidade e nós vemos, na liderança da Igreja Santo
Antônio, no trabalho de assistência que é feito pela Igreja Santo Antônio, que
realmente é um marco essencial para que a vida daquela população comece a dar
uma guinada para o lado positivo. O sofrimento é grande, pois está em todas as
camadas sociais, principalmente nas camadas mais pobres da população. E nós
quando vemos que uma Igreja, além do trabalho espiritual, também se volta para
o trabalho assistencial, para também tentar fazer com que o combate à fome
possa se dar de forma efetiva, temos que aplaudir esse trabalho.
Então, vocês merecem todos os cumprimentos de toda
sociedade, e esta Casa do Povo de Porto Alegre já tem, na sua história, essa
data aqui bem registrada da presença da Igreja Santo Antônio, comungando aqui
com todos nós esse momento de fé; fé em Santo Antônio, fé em Jesus Cristo e fé
em Deus, para que a nossa sociedade possa ser uma sociedade melhor.
Agradecemos
mais uma vez a presença de todos os senhores e das senhoras aqui em nossa Casa,
a Casa do Povo de Porto Alegre.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente Ver. Luiz Braz, é
com muita satisfação que retorno a esta Casa, cumprimento V. Exª, o Frei
Carlos, e em nome da Bancada do PMDB, nas pessoas do Ver. Sebastião Melo, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Ibsen
Pinheiro, Ver. Bernardino Vendruscolo e em meu nome, estamos nos integrando,
como não podia deixar de ser, nessa Festa e nesse reconhecimento ao trabalho
social de fé e de integração que é feito pela Paróquia Santo Antônio, há muitos
e muitos anos.
Então,
eu, como médico comunitário, atuando já na comunidade do Partenon, também, sou
uma pessoa que, no dia-a-dia, tenho esse contato com as pessoas que, por meio
da fé cristã, também procuram o médico e procuram ter as suas ansiedades, as
suas doenças resolvidas. E nós sabemos, com muita certeza e firmeza, da
necessidade desse trabalho, principalmente, de fé e do trabalho social que é
desenvolvido pela Paróquia Santo Antônio.
Então,
gostaria de, só para finalizar, dizer que nós, com certeza, estaremos lá, no
dia 13. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito
obrigado, Ver. Dr. Raul e muito obrigado a todos os Vereadores que falaram
pelas suas Bancadas falaram, também, em nome desta Casa, cumprimentando,
saudando a Igreja Santo Antônio e a todos os senhores que vieram aqui
representar aquela comunidade e anunciar a Festa de Santo Antônio, que irá
acontecer no dia 13 de junho, que sempre é um festa muito bonita e já está no
Calendário Festivo de Porto Alegre.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h41min.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, presidindo os
trabalhos, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em
1988, quando o Congresso constituinte elaborou esta Constituição, chamada
Constituição Cidadã (exibe a Constituição), incluíram, naquela época, um
artigo, que era o art. 192, com um § 3º, Ver. Ervino Besson, que parecia que
iria moralizar o sistema bancário em todo o Brasil, e, ao que parece, iria
também, naquela época, fazer com que os cidadãos fossem respeitados, assim como
são respeitados todos os cidadãos dos países de primeiro mundo, uma vez que o §
3º do art. 192, Sr. Presidente, fazia com que houvesse uma limitação para o
juro que é cobrado do cidadão quando vai fazer qualquer transação com os
bancos. Esse juro ficava limitado, de acordo com aquele § 3º do art. 192, em
apenas 12%.
Nós não sabemos por que - é um
mistério, Verª Manuela, V. Exª que é uma jovem com muita competência, eu sou um
admirador do seu trabalho, apesar de não ser da mesma ideologia, mas sou um
admirador do trabalho que V. Exª faz, e eu acho que esse trabalho não é um
trabalho só do Ver. Luiz Braz ou de um único cidadão, acho que é um trabalho de
todos nós - Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quando chegou no ano 2003, o
Presidente da República – e eu não quero atacar aqui a figura do Presidente,
mas o ato feito pelo Presidente naquela época - mandou para o Congresso
Nacional um Projeto de Lei para acabar com o art. 192 naquilo que ele tinha de
melhor, que era exatamente essa limitação, esse estabelecimento dos 12% para os
juros bancários. E aí, naquela época, foi aprovado um Projeto que o Sr. Lula da
Silva mandou para o Congresso Nacional, e foi editada a Emenda Constitucional
nº 40, no dia 29 de maio de 2003. Isso, Ver. Ervino, fez com que toda esta
zorra bancária, todo esse carnaval que os bancos fazem aqui no Brasil pudessem
continuar, porque até então, até 2003, os tribunais podiam, na verdade, julgar
com o respaldo do art. 192 da Constituição. Eu me lembro, Ver. Elói Guimarães,
de alguns julgados dentro dos tribunais que resolviam afrontar até mesmo o
entendimento, que era o entendimento do Supremo, e com o qual eu não
concordava, que dizia que o art. 192 precisava de regulamentação. Ora, um
artigo que dizia, dentro do seu § 3º, que o juro bancário deveria estar
limitado em 12% ao ano, eu não vejo que regulamentação é precisa, é preciso
apenas respeitar esses 12% ao ano. Mas, depois de 2003, a farra dos bancos com
toda a Nação pôde prosseguir. Isso fez, Ver. Elói Guimarães, com que todos nós
ficássemos novamente escravos do juro bancário, e chegou ao cúmulo de, no ano
passado, para que se fingisse que as pessoas tinham dinheiro para gastar, o
Presidente da República fez com que o sistema bancário entrasse em contato com
o pessoal da Previdência Social para que pudessem começar a emprestar dinheiro
garantido por aquilo que os velhinhos iriam receber. Essa barbaridade, Ver.
Ervino Besson, levou aquelas pessoas mais idosas, aqueles que trabalharam e que
agora tinham como garantia a sua pensão, os seus vencimentos no final do mês, a
ficar quase que completamente comprometidas com os bancos, por quê? Porque os
juros são muito altos, e o pessoal não agüenta.
E o que fez o Presidente da República para tentar
fazer com que essa situação pudesse ser minimizada, já que a campanha política
é o que interessa - parece - para o Presidente da República? O Sr. Lula da
Silva fez com que no Sistema Previdenciário, Ver. Ismael, para emprestar
dinheiro para os velhinhos fosse colocado um limite. Qual foi esse limite
colocado pelo Sistema Previdenciário? Dois vírgula nove por cento ao mês. Só
que esses 2,9% ao mês, se nós fôssemos fazer pelo juro simples, significariam
praticamente 36% ao ano, mas não é bem assim. Esses 2,9% ao mês, de acordo com
aquilo que foi o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em acordo também
com os banqueiros, pode ser tratado, porque está lá nos contratos, através do
juro composto, e, ao invés de termos 36% ao ano, nós vamos ter mais de 50% ao
ano, sendo cobrado dos velhinhos que precisam apelar para o sistema bancário,
ou que precisam apelar para esse crédito
que o Presidente da República disse que colocou à disposição da Nação. Mas o
arrocho dos aposentados é tão grande por causa daqueles empréstimos anteriores
que muitos, Ver. Ervino Besson, já estão apelando para o sistema bancário para
poder conseguir dinheiro com esses 2,9% ao mês - que significam mais de 50% ao
ano. E nós estamos vendo que o Presidente Lula da Silva anuncia essas medidas
como se fossem coisas maravilhosas, como se fossem grandes vitórias que a nossa
sociedade estava conseguindo diante daquilo que é a opressão que o sistema
financeiro faz, hoje, com a nossa população.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Luiz Braz, quero saudá-lo, parabenizá-lo pelo pronunciamento que
V. Exª está levando ao conhecimento desta Casa, dos Vereadores, das pessoas que
nos assistem pela TVCâmara. Eu já fiz um pronunciamento mais ou menos nessa
linha.
O
crime que o Presidente cometeu em
cima do nosso aposentado é uma coisa absurda! E mais, Vereador, leio no jornal
Zero Hora hoje que, além disso, a Câmara aprovou 16,6% para os aposentados -
aquelas pessoas que deram a sua vida pelo País -, e vai ser vetado pelo Presidente,
Vereador. Mais uma! Sou grato a Vossa Excelência.
O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado, Ver. Ervino.
O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu não acredito que ele vai vetar, porque seria o fim do mundo ele
vetar uma coisa que a maioria da Câmara já aprovou!
Mas
o que eu quero dizer, nobre Vereador, é que ele capta 15% - é o juro mais alto
do mundo - e faz com que o aposentado pague 50% em vez de garantir o aumento ao
aposentado.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Ismael, só para que as pessoas
tenham uma noção do que significa isso: um cidadão que consegue captar, por
exemplo, dinheiro lá no sistema financeiro dos Estados Unidos, capta a 3% ao
ano; ele consegue pegar um empréstimo lá, nos bancos, Ver. Todeschini, a 3% ao
ano. Ele vem aqui, com esse mesmo dinheiro, coloca no nosso sistema e
consegue... Imaginem, se ele é um banco, o que ele consegue por ano!
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) É importante fazer esse debate, porque acho que o Parlamento tem
que debater, para que a sociedade possa se aprofundar no assunto e conhecer as
razões. Nós temos identificado uma importante queda na taxa de juros no Brasil,
e vamos ter, possivelmente, um período de mais três anos para chegarmos a patamares
de 5%, 6%, 7% ao ano. Isso só se dará quando se conseguir resgatar os títulos
da dívida interna, porque a dívida externa não tem mais peso, importância; ela
está praticamente sob controle, ela ainda existe, mas é residual. Agora, nós
temos uma enorme dívida interna, cerca de 700 bilhões de reais que precisam ser
resgatados, que são títulos da sociedade, emitidos ao longo dos últimos
Governos.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Todeschini, o problema maior que
salta aos nossos olhos não é, na verdade, esse juro que foi limitado pelo
Governo atual em 15% ao ano. Esse juro realmente chegou, vamos dizer assim, a
um bom patamar, nessa altura dos acontecimentos...
O Sr. Carlos Todeschini: Continua interno.
O SR. LUIZ BRAZ: ...O grande problema que nós temos é
exatamente o juro do sistema bancário para com os correntistas, para com a
população. Esse juro, Ver. Todeschini, é cruel, é assassino, porque ele tira a
oportunidade de as pessoas sobreviverem. Esse juro não é uma luta só dos
Partidos de oposição ao Governo...
O Sr. Carlos Todeschini: ...É de toda sociedade.
O SR. LUIZ BRAZ: É uma luta de toda a sociedade, é uma
luta de todos nós, para que nós possamos, Ver. Elói Guimarães, fazer com que o
sistema bancário não seja tão selvagem e não escravize, da forma como escraviza
hoje, toda a nossa população. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra
em Grande Expediente.
A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Elói
Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente eu
gostaria de registrar, Ver. Luiz Braz, que, apesar das profundas divergências
que temos - elas são diversas e de muitas naturezas -, o nosso Partido, o
PCdoB, desde o início do Governo do Presidente Lula, apresenta fortes criticas
à política macroeconômica deste Governo, sobretudo à questão justamente dos
juros altos e do superávit primário. Inclusive nós caracterizamos essa política
como a continuidade da política do Governo Fernando Henrique Cardoso. Nós
conseguimos identificar que existem algumas críticas que são muito superficiais
do ponto de vista econômico. Economistas dizem que a política econômica do
Governo Federal é neoliberal; entretanto, na nossa opinião, não é, não se
caracteriza dessa maneira, porque nós tivemos fortes rompimentos do ponto de
vista da Economia, Ver. Todeschini. A ALCA não é o nome de um time de futebol,
tem um impacto na Economia de um país e na criação de condições para o
rompimento, justamente, dessas amarras que ainda nós temos com o capital
financeiro internacional. O rompimento com o Fundo Monetário Internacional
também tem um forte impacto na economia do nosso País; por isso nós podemos
caracterizar que justamente a política monetária do nosso País, portanto a
política macroeconômica do nosso País, tem, sim, ainda vestígios de uma
política consolidada no Governo anterior, ou nos governos anteriores do
ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. E nós sabemos que, justamente, Ver.
Luiz Braz, que tratou desse tema, nós só podemos ultrapassar os limites da
política dos juros altos, da política superavitária, quando nós tivermos um
projeto sólido de desenvolvimento para o nosso País, que priorize, Ver.
Todeschini, justamente o setor produtivo. Por quê? Porque aí está o verdadeiro
choque entre essa política.
Por
isso eu acho, sinceramente e respeitosamente, contraditória a opinião do
senhor, não em função das suas palavras aqui, mas porque essa política foi
estabelecida no decorrer do Governo Fernando Henrique, justamente porque esse
Governo não privilegiou o setor produtivo nacional, que é o setor que gera
empregos, que é o setor que consegue fazer com que o povo brasileiro tenha o
seu emprego garantido, distribua a renda a partir da geração de emprego e,
portanto, consiga consumir mais, movimentando a economia interna do nosso País.
Então,
eu gostaria de, primeiramente, registrar a nossa concordância com a crítica à
política de juros altos, mas a nossa discordância com os motivos que geram essa
política e as alternativas posteriores à queda dos juros, que seria, na nossa
opinião, o investimento, fundamentalmente, no setor produtivo brasileiro.
Agora,
a fala que eu vim fazer aqui nesta tribuna, embora tenha investido metade do
meu tempo na política macroeconômica do Governo Federal, é sobre um outro fato
que vai acontecer na tarde do dia de hoje. Os senhores e as senhoras
acompanharam no último um ano e meio os 500 dias de mandato que tenho nesta
Câmara. Criamos a Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Universitária.
Fizemos, Verª Neuza Canabarro, na Comissão de Educação, no ano passado, um
debate sobre a Reforma Universitária, aqui mesmo neste Plenário - a nossa luta,
a luta do nosso mandato, das entidades estudantis - para que o anteprojeto de
Reforma Universitária se tornasse uma realidade e fosse enviado ao Congresso
Nacional.
Eu
tive a notícia, ontem à noite, conversando com o presidente da União Nacional
dos Estudantes, que, na tarde de hoje, o Ministro Fernando Haddad, Ministro da Educação do nosso País,
vai entregar ao Congresso Nacional o Projeto de Reforma Universitária. O
Congresso vai passar por um período eleitoral, e nós, do PCdoB, esperamos que
ele não seja esvaziado por esse período eleitoral, mas que consiga imprimir um
ritmo, e tenho a convicção de que o Presidente Aldo Rebelo vai conseguir imprimir um ritmo de votação, de aprovação de coisas
que são importantes para o presente e para o futuro do nosso País - e nós
sinceramente esperamos que esse Congresso Nacional tenha a capacidade de
avaliar, de incrementar o Projeto que foi debatido durante três anos pela
sociedade brasileira e de votar esse Projeto o mais rápido possível.
Lendo
a versão que vai ser apresentada ao Congresso, eu pude deduzir algumas coisas e
gostaria de compartilhar com os senhores e com as senhoras que tiverem
interesse em ouvir e com os nossos telespectadores do canal da TVCâmara.
Primeiramente,
o centro da Reforma foi mantido. Nós tivemos três anos de debate do
anteprojeto, três anos de profundo debate com a sociedade civil organizada do
nosso País, com a UNE, com a UBES, com os Reitores das Federais, com o Fórum da
Livre Iniciativa, criado pelas universidades particulares.
O
Projeto mantém o seu centro. Qual é o centro do Projeto enviado, que será
entregue ao Congresso Nacional na tarde de hoje? A ampliação da Rede Pública de
Ensino Superior no nosso País. Qual é a importância da ampliação da Rede
Pública de Ensino Superior no nosso País? Nós, muitas vezes, debatemos a nossa
dependência do ponto de vista cientifico e tecnológico. Nós sabemos do nosso
escasso número de vagas e, portanto, do escasso número de jovens brasileiros
que têm acesso ao Ensino Superior: apenas 9%. Noventa e um por cento está fora
da universidade. Para nós pensarmos tanto na inclusão desses jovens, ou seja,
na alternativa de futuro, perspectiva para essa juventude, mas, sobretudo, para
nós conseguirmos pensar num futuro de independência tecnológica, de
não-dependência cientifica do nosso País, nós temos necessariamente que pensar
na universidade pública, porque o conhecimento produzido na universidade
pública é público. E aí está a grande diferença dessa Instituição para o nosso
País em relação às instituições de ensino particular, privadas ou
filantrópicas: o conhecimento que se produz nessas universidades é nacional,
portanto pode gerar empresas no nosso País, pode gerar empregos para o nosso
País, pode gerar a realização dos sonhos da juventude do nosso País que é
excluída da universidade. Essa ampliação preserva como centro a autonomia
dessas universidades, ou seja, as universidades “podendo pensar as vocações
regionais”, os locais onde elas estão situadas. E aí existe também uma outra
grande diferença com relação ao período anterior, quando as universidades, o
debate e a autonomia que se fazia com relação às federais era o debate de
simplesmente terem autonomia financeira, portanto leia-se, serem privatizadas,
porque as universidades não têm como se manter financeiramente senão pelo
investimento do Governo Federal. Agora, nós ainda temos uma lacuna no projeto
de Reforma Universitária que será entregue ao Congresso Nacional, que é
justamente com relação às universidades particulares do nosso País. Se nós
conseguirmos avançar no sentido de garantir que mais exigências sejam feitas
para que uma instituição possa ser considerada universidade, se nós
conseguirmos avançar na perspectiva de ampliação de vagas nas universidades
federais, na autonomia dessas universidades, no trabalho científico que essas
universidades têm de desenvolver, na questão do financiamento dessas
universidades. ... Aliás, aqui nesta Câmara um dia foi batido sobre os 35 mil
empregos de funcionários públicos gerados no Governo Lula. Eu gostaria de
ressaltar que mais de um terço desses empregos são de professores para as
universidades públicas, porque nós tínhamos uma defasagem de seis mil deles da
época do Governo Fernando Henrique, professores que se aposentaram, e nós não
tínhamos nem professores para dar aula em grande parte das universidades.
Agora, se nós conseguirmos avançar em tudo isso, nós temos de avançar muito
mais no que diz respeito às universidades privadas. Um determinado Vereador,
esses dias, quis fazer graça com a imprensa e disse que a nossa Câmara havia
sofrido lobby. Todo mundo entende essa palavra, não adianta vir com
definição de dicionário. Nós sabemos, Ver. Luiz Braz, o significado que isso
tem para a sociedade brasileira. Agora, em Brasília, existem diversos lobbies.
O jornal Folha de São Paulo
freqüentemente publica os lobbies de Brasília: tem o dos evangélicos, tem o
do agronegócio. E o terceiro maior lobby de influência política em Brasília é o das
universidades privadas. O Projeto de Reforma Eleitoral previa o
não-financiamento de campanhas eleitorais pelas universidades privadas do nosso
País, mas isso não foi proibido na Reforma e esse ponto não está contemplado
ainda na maneira como nós queremos na Reforma Universitária.
Nós queremos, sim, que existam universidades
particulares em nosso País.
Essas universidades, no nosso Estado, representam 84% das vagas oferecidas aos
nossos estudantes. Mas nós queremos que essas universidades tenham regras, Ver.
João Antonio Dib, nós não podemos aceitar, como nós tínhamos, universidade sem
biblioteca, nós não podemos aceitar faculdades, centros universitários com
professores sem qualificação profissional para dar aula aos nossos alunos.
Portanto, quando faço esse vínculo entre o lobby, aí real, existente em
Brasília, diferente daquela acusação leviana que foi feita contra nossa Câmara,
quando eu falo desse lobby e da necessidade de nós ampliarmos, eu falo
da necessidade - e quero aqui afirmar -, da nossa convicção, da nossa luta e
que nós vamos ter que continuar lutando no Congresso Nacional, com os nossos
Parlamentares, com as nossas Deputadas e os nossos Deputados, para que essa
Reforma mude de fato a perspectiva da universidade brasileira, inclua nela, de
fato, a juventude brasileira, mas, sobretudo, Ver. João Antonio Dib, garanta
que o nosso País seja um País desenvolvido a partir do conhecimento gerado
nessas instituições. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu sempre afirmo que
todos os dias nós aprendemos alguma coisa. E, hoje, pela manhã, às 9h42min, eu
aprendi que a regra de convivência é a lei. Ontem, numa tarde tumultuada, em
que a irritação tomou conta deste Vereador, eu afirmei, eu disse, se havia
incompetência na Comissão de Constituição e Justiça, que se fechasse a referida
Comissão. Na verdade, eu deveria dizer que ela fosse substituída. Seis dos sete
Vereadores que compõem a Comissão de Constituição e Justiça negaram a este
Vereador o direito de ver analisado um Requerimento seu.
Eu
tenho em mãos aqui o livro “O Poder do Vereador”. Este livro afirma que o
Vereador, independente de sanção do Prefeito, pode (Lê.): “Sustar os atos
administrativos que exorbitarem do Poder regulamentar ou os limites da
delegação legislativa”.
O
Prefeito tinha que dar, na Lei aprovada por esta Casa, na data-base de maio de
2006, a reposição salarial correspondente ao IPCA do ano anterior, conforme
estava na Lei. Mas também diz que cabe ao Vereador (Lê.): “Fiscalizar e
controlar os atos do Poder Executivo e os da Administração Indireta”. Há um
Capítulo inteiro que fala do Poder e Dever de Fiscalizar, e há uma cópia do
Decreto-Lei nº 201, que é textual no art. 4º, quando diz (Lê.): “São infrações
político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela
Câmara de Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato: inc. VII:
praticar, contra a expressa disposição de lei, ato de sua competência ou
omitir-se na prática.” É Lei! O Decreto-Lei nº 201 está em vigor, e muita gente
foi cassada por isso. Eu não quero cassar o Prefeito, porque eu acho que ele é
um bom Prefeito, mas continuo não querendo conversar com ele, ninguém pode
pensar que eu mudei de idéia.
Mas
eu quero dizer a essa Comissão de Justiça - que considerei, ontem,
incompetente, portanto deveria ser substituída; hoje estou usando o verbo
correto -, que tenho aqui, em mãos, um Projeto de Decreto Legislativo de 1992,
proposto pela Mesa, que sustou os efeitos de um Decreto do Prefeito. Eu tenho
aqui um Decreto Legislativo proposto pelo Ver. João Antonio Dib, que sustou o
Decreto do Prefeito. Claro que eles foram para a Justiça, não importa, mas a
Comissão de Justiça se reuniu, o Plenário se reuniu e definiu que os dois
Decretos do Prefeito deveriam ser sustados. Portanto, quando a Comissão de
Justiça, antecipadamente, pelo seu Presidente, declarou que não tinha
competência para julgar o Requerimento, não tem, Requerimento não julga,
poderia dizer: “Olha, não cabe para nós...”, mas deveria receber, tinha que
receber! Eu nunca vi, na história da Câmara, um Requerimento não ser recebido,
principalmente quando ele tem base jurídica para tanto.
Então,
eu fui talvez um pouco veemente na minha afirmação, na hora da tensão, na hora
da irritação, e depois eu expliquei até na minha Declaração de Voto, e isso
tentaram usar contra mim, que eu acho que não vai atingir, porque o povo de
Porto Alegre sabe que o Ver. João Dib trabalha com a porta aberta, o Ver. João
Dib atende ao telefone, o Ver. João Dib fala com as pessoas na rua, sem nenhum
problema, o Ver. João Dib nunca usou força contra ninguém; agora, autoridade,
eu tentei exercer sempre, mas autoritário eu nunca fui, nunca fui autoritário.
Eu sou uma pessoa comum, simples, que todos os dias aprende alguma coisa. Eu
reafirmo que não me relaciono mais com a Liderança do Governo nesta Casa. Eu
reafirmo que eu não me relaciono mais com a S. Exª, Sr. Prefeito Municipal. Eu
reafirmo que defenderei os interesses de Porto Alegre, intransigentemente. Não
importa se foi o Prefeito que mandou, ou se foi o Vereador que apresentou um
projeto de lei, se for bom para Porto Alegre, terão o meu apoio e a minha
experiência, o meu voto, sem nenhum problema.
Agora,
na realidade, como eu disse, todos os dias a gente aprende alguma coisa. E,
hoje, de manhã, às 9h42min, na Rádio Guaíba, eu ouvi: “A regra da convivência é
a lei”. Quem dizia? O Presidente da Comissão de Justiça desta Casa, Ver. Ibsen
Pinheiro, que, ontem, não hesitou em rejeitar, pela força, o Requerimento deste
Vereador. Seis Vereadores da Comissão de Justiça - sendo que são sete -
rejeitaram o Requerimento deste Vereador. E eu provei aqui com dois processos,
mas há dois outros que propus à Comissão de Justiça, para que os Prefeitos
Tarso Genro e Olívio Dutra fossem advertidos. Eles foram advertidos, porque a
Comissão de Justiça aceitou o Requerimento. Portanto a regra de convivência é a
lei, sim, senhor, Ver. Ibsen Pinheiro. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos
às
A
Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Almerindo Filho.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
pessoas que nos honram com a sua presença, mais uma vez venho a esta tribuna
falar de um assunto que até já parece batido, mas, infelizmente, é nossa
companheira constante: a violência. Nós vimos, há poucos dias, que o PCC
mostrou em São Paulo o seu poder de fogo, executando policiais, cidadãos;
atacando agências bancárias, escolas; queimando veículos de transporte
coletivo, tomando a população como refém. Assistimos também ao fechamento de
estradas, invasões de prédios públicos. Vimos integrantes do Movimento pela
Libertação dos Sem-Terra, o MLST – nome bonito este –, invadindo e depredando a
Câmara dos Deputados, em Brasília. E, na manhã de segunda-feira, dia 5 de
junho, um poderoso tiro de fuzil perfurou o colete à prova de bala do Tenente
Oscar Santos Carvalho, da Brigada Militar, um Tenente com 44 anos, Comandante
da Corporação da cidade de Casca, Interior do Rio Grande do Sul. Um grupo de
assaltantes executou um ataque simultâneo a duas agências bancárias daquela
cidade com um tiroteio com a polícia, o qual durou 15 minutos. Funcionários e
clientes dos bancos foram também usados como reféns e escudos humanos, causando
pânico entre os moradores, resultando na morte desse Tenente. Questões a
respeito de Segurança têm permeado muitas das minhas falas nesta tribuna,
sempre motivadas pela absurda situação da Segurança em nosso País e também
pelos inúmeros novos casos que nos surpreendem a cada novo dia, como este da
cidade de Casca. Falo, mas, na verdade, gostaria de gritar, que alguma coisa
deve estar errada neste País, quando o bandido circula livremente nas ruas e
nós, os cidadãos de bem, ficamos presos em nossas casas. A violência começa a
chegar até a mais pacata cidade do Interior, parece-me que estas passam a ser o
novo alvo, o novo campo de atuação desse mercado em expansão, que é o mundo do
crime. Os fatos como o de Casca, uma cidadezinha de 8.683 habitantes, acontecem
com ações organizadas, que despendem tempo, dinheiro, planejamento minucioso
dos bandidos, mas, principalmente, ocorrem porque contam com a liberdade dos
criminosos que exercem o seu direito de ir e vir, sem serem coibidos ou
interceptados. Isso demonstra, claramente, a problemática atual da Segurança,
com a total falta de soluções e de medidas urgentes que controlem essa
situação, diminuam a onda de violência e devolvam para sociedade a sua
liberdade, pois, todos sabemos, nossa Cidade, nosso Estado, nosso País
encontram-se acuados. A nossa sociedade está gradeada, indignada e sem
respostas.
O
Sr. José Ismael Heinen: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, Verª Mônica Leal.
Eu só gostaria de reprisar: morto por um fuzil. Contrabando de armas é
responsabilidade de quem? Eu sempre tenho dito, que no fundo desta violência há
um Presidente que diz que não é responsável! Temos de escolher outro
Presidente. Obrigado.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada,
Ver. Ismael. Creio que muitos são os fatores que contribuem para o triste
quadro atual e que ajudam a alimentar a violência, que fazem parte dessa
complexa trama que nos impede de viver em paz, atualmente.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado pelo aparte, Verª
Mônica. Queria cumprimentá-la pelo pronunciamento e corroborar, porque nós
temos um problema muito grande aqui de vazio de tomada de decisão. Nós
estivemos em vários Fóruns da Zona Norte da Cidade, por exemplo, e pactuamos
medidas com as autoridades municipais e estaduais. No entanto, nós temos todos
os registros - que depois a Verª Maria Celeste comentará no seu pronunciamento
-, e nenhuma atitude foi tomada. E ontem nós tivemos um caso de violência, às
18h, na saída de uma escola, contra uma menina, algo gravíssimo, e ocorreu por
negligência das nossas autoridades. Obrigado.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Com
certeza, Vereador. Inclusive eu aconselho V. Exª a ligar para a Brasília, falar
com o Governo Federal que diminuiu a verba, gastando menos de um real por
habitante com Segurança Pública; são 28 milhões com propaganda contra 4 milhões
para Segurança.
Para
finalizar eu gostaria de dizer das falhas do sistema da Segurança Pública e do
sistema prisional: as Leis e suas tramitações; a certeza da falta da punição -
são várias as razões; a necessidade de melhor qualificação e remuneração das
polícias; novos investimentos nas estruturas policiais; a reforma do nosso
Código Penal, que faça com que a Lei beneficie o cidadão de bem e não o
bandido. Estamos diante de uma banalização e da conformidade frente à
violência. No momento em que a população brasileira se encontra permanentemente
sob a mira de um bandido, sob a mira das armas potentes, como bem disse o Ver.
Ismael, um fuzil matou um Tenente, que, com certeza, portava um pobre revólver
calibre 38, por falta de dinheiro, falta de investimento. A questão da
violência é uma questão política, é uma questão de falta de interesse do
Governo Federal. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, hoje, tivemos a oportunidade, juntamente com os mais diferentes
órgãos que incidem na questão ligada à ampliação do Aeroporto Salgado Filho, e
do reassentamento das famílias da Vila Dique, de ter uma reunião, na minha
opinião, altamente positiva.
Estiveram
presentes na reunião da CUTHAB: o Ver. Carlos Todeschini; o DEMHAB; o Estado; a
Infraero; o Secretário Clóvis Magalhães; a CEF; a SMAM; a comunidade com suas
lideranças. Caminhamos na área, na estrada João Paris, que no passado - conheço
bem aquela área - se chamava Beco João Paris, região das olarias, próxima à
FIERGS.
Aquela
área tem uma franja das várzeas do rio Gravataí, e essa franja vai até o
viaduto na divisa com Canoas, no Niterói.
E
com os órgãos reunidos, num determinado momento, fizemos um debate, sobre o
qual todos opinaram, e na minha opinião, Ver. Todeschini, avançamos, porque
tiramos uma decisão com os representantes da
comunidade: desenvolver, desencadear um processo de loteamento sobre aquela
área ou de fazê-lo em outras áreas. Então, há o Plano A, o Plano B, o Plano C,
etc., em tantas áreas que se fizerem necessárias, e está assegurada à
comunidade, in loco, de conhecer as áreas. Até porque aquela área não
comporta as mil e poucas famílias da Vila Dique; comporta, segundo os dados
técnicos, 570, 600 famílias. Então, avançou-se hoje no sentido de que haverá
uma grande movimentação dos órgãos institucionais envolvidos, como CUTHAB, como
da Comissão de V. Exª, Ver. Todeschini, para que também avance nessa situação,
que é extremamente importante para o Estado, que é exatamente o reassentamento
de famílias que moram em condições subumanas, sem saneamento, sem qualidade.
Por outro lado, será feita a ampliação do Aeroporto Internacional Salgado
Filho, o que interessa ao desenvolvimento do Estado.
O
Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, agradeço-lhe pelo aparte e quero
dizer que corroboro com suas palavras, porque eu creio que se produziu avanços.
É importante registrar que a Câmara teve um papel muito importante, já no ano
passado, em 2004, quando fez com que o processo andasse, e creio que está tendo
novamente, Ver. Elói, através da CUTHAB, através da CEDECONDH que estão
acompanhado. E nós devemos estar vigilantes, assim como esteve no ano passado,
o Ver. Gerson, o Ver. Comassetto, os demais Vereadores das Comissões, pois a vigilância
desta Casa fez com que o processo andasse e agora, mais do que nunca, temos de
estar vigilantes aos prazos, porque temos apenas 180 dias para concluir o
processo e garantir os concursos. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Eu incorporo o aparte de V. Exª. Portanto a
Câmara - porque onde está o Vereador, está a Câmara Municipal - ali estava a
Câmara Municipal articulando com os demais órgãos institucionais que incidem
sobre a matéria. Por outro lado, estivemos em Brasília, quando tive a
oportunidade de conversar com o Ministro, e com órgãos técnicos do Ministério.
Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Haroldo de Souza.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Luiz
Braz, na presidência dos trabalhos, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público
que nos assiste, eu venho nesta feita, Ver. Luiz Braz, fazer uma denúncia a
respeito de uma empresa fabricante de celular, mais precisamente a Nokia.
Gostaria de mostrar o aparelho desta marca. (Mostra o celular.) Por que faço
isto desta forma? Porque é uma maneira que nós temos de denunciar as empresas
que fazem uma má prestação de serviço. Eu sou autor do pedido de uma Comissão
Especial para tratar desses assuntos, e essa Comissão foi aprovada,
infelizmente com atraso, mas foi aprovada por esta Casa, e nós vamos,
certamente, tratar da prestação de serviço na telefonia móvel.
O
que ocorreu, agora, Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz Braz? No dia 03 de
maio, já se vai lá mais de um mês, eu entreguei o aparelho, em garantia, à
empresa CelularTec, que é uma autorizada da Nokia para conserto do aparelho.
Hoje é dia 08, isso faz, então, mais de um mês, Verª Manuela d’Ávila, e eu
sequer tenho a previsão de receber o aparelho consertado. Eu fiz 15
comunicações por e-mail, e só ontem eu fiz um apelo, fiz o décimo sexto e-mail,
apresentando-me como Vereador, para ver se essas empresas se preocupam no
sentido de me atenderem - a Nokia, e a empresa que faz a manutenção também. A
Nokia tem conhecimento... Em duas oportunidades já fizemos contatos com a
Nokia, denunciando a má prestação de serviço do seu autorizado. Dessa forma, a
Nokia tem conhecimento do que estou falando. E, no entanto, este Vereador
imagina quantas pessoas estão nas mesmas condições em que eu estou! Estou
trabalhando com um aparelho provisório, em que instalei o “Siga-me”, e estou
aguardando a entrega do aparelho que está na garantia. Por isso a importância de
nós criarmos essas Comissões, como foi criada a que vai tratar da luz elétrica
em propriedades rurais de Porto Alegre e da telefonia móvel em nossa Cidade,
porque não há mais como nós permitirmos que no ano de 2006 - em pleno vigor do
Código de Defesa do Consumidor, quando esse Código se confirma como algo que
devemos usar inclusive contra os bancos - essas empresas que comercializam
aparelhos telefônicos nos tratem desta forma. Eu não posso esquecer de
registrar que eu tenho um segundo aparelho, mas e aquele que não tem? E aquele
mais humilde que não tem o microfone? Aquele mais humilde que não tem um
computador, não tem acesso à Internet para fazer uma comunicação? O que faz
esse, se eu me sinto, neste momento, impotente para reaver o meu aparelho, ou até
mesmo para saber quando é que vão me entregar esse aparelho consertado?
A Srª Manuela d’Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Bernardino, eu lhe agradeço, apenas gostaria de registrar que
essa situação, assim como muitas outras que acontecem em nosso Município, nos
traz a lembrança da ausência de um Procom municipal, um espaço para que nós
possamos sistematicamente trabalhar com denúncias como essas, um espaço para
que nós possamos, sistematicamente, averiguar, porque nós não temos só o
problema das fornecedoras de aparelhos; as empresas mais processadas no nosso
País, hoje, são as operadoras de telefonia móvel. Então, nós temos que ter
espaços para isso e para os consumidores exigirem os seus direitos.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu lhe
agradeço pelo aparte, também corroboro a sua manifestação e quero lhe dizer que
é necessário que nós aprofundemos esses temas na Comissão que o senhor está
propondo, bem como na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e
Segurança Urbana, porque já realizamos audiências e sabemos que tanto a
telefonia móvel como a telefonia fixa abusam do consumidor, elas abusam do
cliente. Os dados que recebemos são estarrecedores. Eu não vou poder me
aprofundar, dada a exigüidade do tempo, mas temos que nos dedicar a esse tema
em defesa da comunidade, porque há uma prática intolerável em que todos
sofremos como consumidores. Muito obrigado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Todeschini. Vejam V. Exas
que estou falando com documentos que comprovam a irresponsabilidade dessas
empresas. E tenho a certeza de que esta Comissão que foi criada por esta Casa
terá muito trabalho pela frente, e vai se fazer necessário, sim, que enfrentemos
isso com muita responsabilidade e com rigor, porque não é de hoje que essas
empresas tratam seus consumidores desta forma. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo. O Ver. João
Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
João Carlos Nedel.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, sobre esta baderna toda que o País está vivendo,
esta esculhambação aí, em vez de fazer um discurso, vou ler algo que quero que
vá para ao Anais desta Casa, a coluna do jornalista Clóvis Rossi, da Folha de
São Paulo, republicada pelo jornal O Sul, cujo título é: “O País da baderna.
Brasil tornou-se território livre da baderna. Indignado com a baderna do MLST?
Justo, muito justo. Só não tem direito de ficar surpreso, porque:
1 – Quando o Partido do governo tem toda a
sua cúpula chamada de “quadrilha” pela respeitável figura do Procurador-Geral
da República, está instaurada a baderna no mais alto escalão da República. Que
surpresa pode haver quando escalões inferiores reproduzem a baderna?
2- Quando o Presidente da República
confraterniza com os membros da “organização criminosa”, está dado o sinal de
que a baderna e o crime estão autorizados de cima. Que surpresa pode haver
quando outro grupo, simpático ao Presidente, adota a baderna?
3 – Quando o presidente da República passa a
mão na cabeça de quem comete o crime de violar o sigilo bancário de um cidadão,
como aconteceu com o então Ministro Antonio Palocci, que surpresa pode haver em
que outros sintam-se estimulados a cometer crimes igualmente graves?
4 – Quando o
Presidente da República diz que as sessões em que se investigaram os crimes da quadrilha
da qual ele é presidente de honra foram uma “tortura” para os investigados, que
surpresa pode haver em que gente que apóia a candidatura de Lula resolva tomar
em suas mãos o ato de “torturar” Deputados e Senadores?
5 – Quando o Congresso Nacional inocenta a grande
maioria dos membros da “quadrilha” e seus aliados, está praticando atos que só
podem ser chamados de baderna (institucional). Que surpresa pode haver no fato
de grupos baderneiros resolverem imitar a baderna no local em que ela foi
originalmente praticada?
O fato inescapável é que o Governo Lula transformou
o Brasil, sempre uma esculhambação, no território livre da baderna.”
É a coluna do Jornalista Clóvis Rossi que retrata
com perfeição a esculhambação e a baderna que vive este País, que nós vivemos
neste País. Eu gostaria que isso fosse para os Anais da Casa porque é
importante que fique este registro. É um retrato fiel, do jornalista da Folha
de São Paulo, da situação que nós estamos vivendo. Venho à tribuna para relatar
e ler a coluna do Clóvis Rossi, porque, desde que têm acontecido todos esses
incidentes, eu vejo aqui defesas calorosas de determinadas situações com as
quais nós não podemos compactuar. Sr. Presidente, muito obrigado, mesmo
faltando um minuto e 40 segundos para o término do meu tempo, estou satisfeito.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito
obrigado, Ver. João Bosco Vaz.
A Verª Maria Celeste está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
venho à tribuna com muito pesar, hoje, porque recebi um e-mail, Ver.
João Carlos Nedel, que é uma conseqüência de algo que nós vínhamos desde março
anunciando que iria acontecer na região norte de Porto Alegre. O e-mail
diz o seguinte e é do Prof. Luciano (Lê.): “Sou Professor da Escola Técnica
José Feijó no turno da noite. A Escola está localizada na Zona Norte de Porto
Alegre. Ocorre que a comunidade vem solicitando há mais de três anos que o
Governo do Estado disponibilize, através da Secretaria de Segurança, um
policial da Brigada Militar para o turno da noite, próximo à Escola, pois
naquele entorno funcionam à noite mais de uma escola estadual: a Escola
Comercial José Feijó, a Escola Estadual Padre Léo e o Campus da PUC Zona Norte. Até agora, mesmo com a
realização de uma Audiência Pública na Câmara Municipal, mesmo com os
abaixo-assinados enviados a todas as autoridades municipais e estaduais, nada,
nada foi feito!”
Tal
a minha indignação diante dessa questão, que eu solicitei, gentilmente, à Verª
Margarete Moraes que trocasse comigo o período de Comunicações, para dizer que
nós estamos, desde março, junto ao Fórum Institucional da Zona Norte,
trabalhando essa questão da Segurança Pública, Verª Mônica Leal, que diz
respeito a uma Secretaria do Município de Porto Alegre, a um Secretário
Municipal que vai às reuniões e só faz bravata e diz que vai fazer as questões
pontuais acontecerem no outro dia, e nada acontece, de fato, como diz o e-mail!
Nós
fomos na Escola, no final de abril, fazer uma visita, eu e o Ver. Carlos
Todeschini, Presidente da Comissão - fomos solicitados -, e, prontamente, em 03
de maio, fizemos vários Pedidos de Providências. Porque quanto à questão da
segurança, além de ter a história de um policial, um brigadiano, está
intrínseca, também, Verª Mônica Leal, a questão da iluminação pública, a
questão da acessibilidade das ruas, a questão da poda das árvores. Entregamos
todos os Pedidos de Providências que nós fizemos a esta Casa no dia 03 de maio,
todos, Ver. Cassiá Carpes. Mas, lamentavelmente, a SMOV, até agora, não nos deu
retorno, não fez nenhuma atuação em cima da questão da iluminação pública,
nada! No dia 15 de maio, nós fomos numa reunião na Escola Baltazar de Oliveira
Garcia, escola a qual foi invadida por delinqüentes da região, a Diretora foi
agredia dentro da escola, denunciamos isso na Audiência Pública, aqui nesta
Casa. Nessa Audiência, não havia representação da Secretaria do Estado do Rio
Grande do Sul, não havia representação formal da Secretaria de Segurança do
Estado do Rio Grande do Sul, Verª Mônica Leal, não se fizeram presentes! Nós
deliberamos marcar uma Audiência Pública com o Governador do Estado do Rio
Grande do Sul, mas, até o dia de hoje, não temos retorno! É uma total
desmoralização, um descrédito, um desrespeito do Governador do Estado do Rio
Grande do Sul e do Prefeito Municipal, que, até agora, não providenciou os
encaminhamentos que a Comissão fez juntamente com outros Vereadores desta Casa
que atuam no Fórum de Segurança Pública da Zona Norte. E mais, os alunos
colocaram em matéria no jornal, no dia 02 de junho, solicitando a questão da
iluminação pública, e a SMOV, Ver. Cassiá Carpes, disse que a Divisão de
Iluminação Pública iria ao local nos próximos dias; seis dias se passaram e
nada foi feito!
De
fato, o Governo Lula investe menos de um real na Segurança Pública do Rio
Grande do Sul. Ele investe, Verª Mônica Leal, 67 centavos contra 33 centavos do
Estado do Rio Grande do Sul. Isso é investimento, isso é prioridade em
Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul!
Na
Região Norte, o 20º Batalhão tem 38 homens para dar conta de uma região que vai
do bairro Agronomia até a Vila Dique! Como é que se pode fazer segurança com
esse investimento, com esse número de policiais na rua?! O que nós estamos
vendo são, cada vez mais, policiais militares mortos em combate, como aconteceu
essa semana!
Para
finalizar, Sr. Presidente, com a sua tolerância, leio um e-mail que é fundamental e peço a atenção de todos (Lê.):
“...Frente a esta omissão dos entes públicos, nossos alunos têm sido
assaltados, agredidos, e, ontem, chegamos ao fim do poço: uma aluna, quando se
dirigia para a escola, foi amarrada, agredida violentamente e estuprada a menos
de 100 metros da escola! Não temos mais para onde reivindicar, frente à omissão
violadora de direitos dos governantes...”. Esse é o desabafo de um professor de
uma escola que se mobilizou, que procurou os Vereadores, que procurou a
Prefeitura, que fez todos os encaminhamentos para que isso não acontecesse! E,
lamentavelmente, na noite de ontem, ficou mais do que provada a omissão da
Prefeitura Municipal da nossa Capital e do Governador do Estado do Rio Grande
do Sul!
Espero,
Sr. Governador, que o senhor, ao pousar com pombas na cabeça, lembre que há
mulheres, crianças sendo violentadas, estupradas na nossa Cidade, sobretudo na
Zona Norte de Porto Alegre, e que atenda a reivindicação da Comissão desta Casa
para uma Audiência Pública, ao invés de estar pousando com fotos como essa que
vimos no jornal de hoje. Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto entrou em
licença-paternidade no dia de ontem. Nós desejamos que haja muita felicidade
neste período, tanto para o Vereador como para toda a sua família.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de Licença do Ver. Carlos Comasseto e dada posse
ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Cássia Carpes está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Ver. Luiz
Braz, na presidência dos trabalhos; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, eu, no fundo, quero concordar com a Verª Maria Celeste,
porque, nas pesquisas – e a gente acompanha muito - a falta de segurança no
Brasil é a primeira coisa da qual o cidadão reclama; o desemprego é a segunda
razão e a saúde é a terceira. Para não ir mais adiante, vou ficar nesses três
quesitos.
A falta de segurança está em primeiro lugar, e este
País não tem uma política nacional de segurança. A prova está nos eventos e nas
constantes questões levantadas por todo o Brasil, principalmente no maior
Estado da Federação, São Paulo; portanto, não tem uma política do Governo
Federal. Aqui no Estado, diga-se de passagem, vou ser sincero, até porque
criticava fortemente, no meu primeiro mandato aqui, o Bisol foi um dos que
deterioraram a capacidade da nossa Brigada, da nossa Polícia Civil, enfim, o
Bisol deteriorou, quebrou o sistema de segurança do Estado. Mais recentemente,
quero fazer justiça, o Deputado José Otávio Germano também não fez nada,
portanto, eu tenho que ser coerente, também não fez! Fez muita política e pouca
coisa em termos de segurança neste Estado. Mas, agora, quero dizer à Verª Maria
Celeste, nossa amiga, grande Vereadora: o Governo do Município, que nunca fez
nada em 16 anos, não aparelhou a Guarda Municipal. Agora, já estamos começando
a ter aquele caminho que a Guarda Municipal precisava; não é só cuidar dos
prédios públicos, dos elevadores das repartições públicas do Município, Ver.
Mario Fraga, mas, sim, tomar conta de praças, de prédios com segurança, com
capacidade de enfrentar, nas ruas, a realidade crua da violência. Portanto, o
que eu quero dizer com isso, falando em segurança, é que não existe segurança
num País onde a União pensa de uma forma, o Estado de outra e o Município de
mais outra forma. Não há parceria, não há a noção exata desse cruel momento da
sociedade brasileira, no qual o criminoso está muito mais armado, mais
qualificado, mais treinado do que a nossa Polícia. Isso é um descalabro social!
Essa é uma questão do Governo Federal, do Estadual e do Municipal, este já está
tomando providências, com parcerias, com iniciativas, mas falta muito ainda,
entendemos que falta muito, mas muito mesmo. Então, a segurança do Brasil é um
caos de baixo até em cima - União, Estado e Município -, e temos de enfrentar a
realidade.
O Governo Federal em vez de dar incentivos para
criar empregos, dá bolsa disso, bolsa daquilo, quer dizer, trata o cidadão como
mendigo. Em vez de possibilitar empregos, novas condições de emprego para a
sociedade, ele dá bolsa-família, bolsa-escola, bolsa-não-sei-o-que, é só
dinheiro. O cidadão está como? Viciado em receber e não quer trabalhar. E o PT
está fazendo o que a ARENA fez, na década de 70, nos grandes grotões do
Nordeste, quer dizer, virou um Partido para agradar gente de lá, mas não gera,
não cria novas fontes de emprego no Nordeste e nos grandes centros. Não
incentiva a construção civil, que possibilita emprego a todos, inclusive
àqueles que não têm estudo, portanto, capacidade para trabalhar, já que o
Brasil tem essas dificuldades.
E vou para a Saúde; na União, as pessoas estão
morrendo nas filas. Não tem remédio, o Estado também não tem remédios. O
Município, quando o Governo Fogaça assumiu, para vocês terem uma idéia, tinha
uma dívida de 30 milhões, e hoje está-se encaminhando para 30 milhões de novo.
Nós temos que mudar, sim, a Saúde de Porto Alegre. Essa é a verdade, nós temos
que enfrentar essa realidade. Portanto, não adianta nós taparmos o sol com a
peneira, é questão nacional, é questão estadual, é questão municipal: a
segurança, o emprego, a saúde, sem falar noutras, como a desagregação das instituições, da sociedade, da
família, da escola. Portanto, este é o País. Todos os Partidos têm culpa! Vamos
parar com essa palhaçada de dizer que aqui ou acolá há diferença; todos os
governos que passaram foram incompetentes, porque não souberam tratar da
segurança, saúde, educação, da questão do desemprego. Então, nós temos que
mudar a questão partidária, mudar a questão social deste País com gente capaz,
com ética, com moral e com vergonha na cara, isso é importante.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Queremos saudar a presença do dirigente do meu Partido, nosso amigo João Jorge,
que está nos dando a honra de sua presença aqui na Câmara Municipal.
O
Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.
O
SR. MARIO FRAGA: Ver.
Luiz Braz, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nossos amigos que nos
assistem pela TVCâmara, uma saudação especial a todos aqui presentes. Venho
falar neste período de Comunicações, num primeiro momento fazendo uma
referência à Festa de Santo Antônio - naquele momento em que o Frei Carlos
esteve aqui eu não estava no plenário -, já participei daquela Festa, pois
estive radicado naquela zona por algum tempo, por motivo de trabalho. Então,
queria salientar mais uma vez e lembrar a todos que participem, no dia 13 de
junho, lá na Igreja de Santo Antônio, das festividades da Festa de Santo
Antônio.
Queria
também falar que recebemos e-mail do Diretor da Divisão da Zona Sul do
DMLU, Sr. Paulo Alberto Pacheco – esta é a minha região, onde resido -, sobre
os Pedidos de Providências dos Vereadores, em especial este – é uma pena que o
Ver. Haroldo de Souza não está presente. Ele está respondendo, atendendo e se
coloca à disposição direta de todos os Vereadores da nossa Câmara, por causa da
burocracia. Agora mesmo a Verª Maria Celeste falou na nossa burocracia em
relação aos Pedidos de Providências, que, como o Ver. Cassiá Carpes falou, é um
problema de todos os governos. E os nossos Pedidos de Providências continuam,
sim, com problemas. Então é por isso que eu estou fazendo esse relato aqui do
Paulo, do Diretor do DMLU da Zona Sul, que se coloca à disposição, por telefone,
para que não precise entrar nessa burocracia, Ver. Cássia, como V. Exª falou,
pois a nossa burocracia tranca todos os processos em nível federal, estadual e
municipal.
Mas
eu queria dizer que o Ver. Cassiá Carpes, quando esteve na Secretaria Municipal
de Obras e Viação... E agora o Secretário Maurício Dziedricki, nosso colega
Vereador, está à frente daquela Secretaria, e estão trabalhando há bastante
tempo, e o Ver. Maurício conseguiu pegar esse trabalho do Ver. Cássia, que é
sobre a iluminação pública no que diz respeito à segurança, porque na escuridão
é muito mais fácil cometer o ato de um crime ou de uma violência. Então,
havendo essa iluminação pública em todas as escolas, em todos os recantos da
nossa Porto Alegre, seria bem mais seguro.
Eu
queria pedir aqui - não é do meu Partido, então peço com peito mais aberto -,
um voto de confiança à Secretaria Municipal de Obras e Viação, através do
Secretário Maurício Dziedricki, que tem trabalhado nesse assunto, tentado
arrumar os recursos para que a nossa iluminação pública melhore bastante na
nossa Capital, que é uma necessidade, nós todos sabemos.
Como
também é necessário juntar o Estado, o Município, e em nível federal também,
nesse processo da Vila Dique e da Vila Nazaré, que há muito tempo vem ocorrendo
na nossa Cidade; no ano passado estava na CUTHAB, na Comissão de Urbanização,
Transporte e Habitação desta Casa, e na presidência o Ver. Raul Carrion, que
tanto lutou por essas comunidades junto com toda a Comissão; e o Ver. Elói
Guimarães assume a presidência dos trabalhos neste ano, e continua lutando. A
gente espera que essa seja uma vitória nossa, de Porto Alegre, que também não
se intitule - Ver. Brasinha, que ainda está na Comissão e já trabalhou conosco,
estivemos lá o ano passado – de um só Vereador ou de um só Partido. É uma
vitória de Porto Alegre. A Vila Dique e a Vila Nazaré, com três mil famílias,
fazem parte da nossa comunidade, com certeza.
O
Sr. Gerson Almeida: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, aproveito a
oportunidade de estar hoje em exercício na Câmara, para que, de fato, a gente
faça esse registro da fala de V. Exª e da fala do Ver. Elói, porque a Câmara
tem muitos defeitos, como nós todos sabemos. Agora, nesse caso, antes que
qualquer outra instituição falasse, a Câmara constituiu uma Comissão externa
com todos os Partidos, foi a Brasília, reuniu-se com todos os órgãos e ajudou a
construir uma solução que vai dar muito ganho para a cidade de Porto Alegre e
para aqueles moradores da Vila Dique e dos arredores também, já que,
fundamentalmente, duplicando a pista do Aeroporto vai-se garantir melhor
desenvolvimento para toda a região do Estado.
O
SR. MARIO FRAGA: Exatamente.
Obrigado, Ver. Gerson Almeida, é com prazer que lhe concedo esse aparte.
Reafirmo também que como nós somos da CUTHAB e lidamos muito com o público, a
gente pensa muito nas comunidades e no avanço da área do Aeroporto, também,
pois a pista avançando, com certeza, trará mais recursos para nós, mais
empregos, o que será muito bom para a nossa comunidade, para Porto Alegre, para
o Rio Grande do Sul e para o Brasil. Muito obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 2657/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 105/06, de autoria da Ver.ª Maristela Meneghetti, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Nilo da Silva
Bastos.
PROC. N. 2817/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 107/06, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua
Carlos Contursi o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3031,
localizado no Bairro Vila Ipiranga.
PROC. N. 2875/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 110/06, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que institui o
Programa Municipal de Grafite - Embelezando a Cidade -, que consiste na
utilização de espaços urbanos para a prática da arte do grafite e estabelece
que a participação no Programa será formalizada por meio de convênio.
PROC. N. 2972/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 112/06, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que autoriza o
Executivo Municipal a instituir o Disque-Denúncia para atendimento de denúncias
contra quem adquirir, estocar, distribuir ou revender combustível impróprio
para o consumo.
2ª SESSÃO
PROC. N. 1955/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 077/06, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que institui, no
Município de Porto Alegre, o Programa Integrar, de fomento às redes
associativas dos micros, pequenos e médios comerciantes e produtores rurais,
agroindustriais e artesanais.
PROC. N. 2601/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 101/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina
Rua Pedro da Silva Nava o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua
5027, localizado no Bairro Hípica.
PROC. N. 2495/06 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 010/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que altera o inciso
II do art. 248 da Lei Complementar n. 420, de 25 de agosto de 1998, e alterações
posteriores, que institui o Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre,
vedando a instalação de quaisquer aparelhos consumidores de gás no interior de
banheiros.
PROC. N. 1455/02 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 082/02, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que estabelece
normas para o controle da comercialização de produtos alimentícios e de bebidas
nos bares das escolas públicas e privadas, no Município de Porto Alegre, e dá
outras providências. Com Emendas nos. 01 e 02.
PROC. N. 2479/06 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 009/06, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que dá nova
redação aos incisos II, X, XI, XII e XIII do art. 118 da Lei Complementar n.
434, de 1o de dezembro de 1999, e alterações posteriores (PDDUA),
estabelecendo o limite máximo de 2m (dois metros) de altura para muros frontais
e laterais em recuos para ajardinamento nos terrenos e edificações situados no
Município.
PROC. N. 2664/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 106/06, de autoria da Verª Margarete Moraes, que autoriza o
Executivo Municipal a instituir o Programa Trova no Lotação.
PROC. N. 2891/06 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 001/06, que dispõe sobre a expedição da Autorização para o
Funcionamento de Atividades Econômicas no Município de Porto Alegre e dá outras
providências. (alvará provisório)
PROC. N. 2949/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 076/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que concede o prêmio literário
“Érico Veríssimo” ao Escritor Kenny Braga.
PROC. N. 2990/06 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 019/06, que autoriza o Poder Executivo a contratar Operação
de Crédito no valor de R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) com o Banco do
Estado do Rio Grande do Sul S/A, e dá outras providências.
PROC. N. 1997/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 078/06, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que institui o
Estatuto do Pedestre, a Semana do Pedestre, que ocorrerá na primeira semana de
setembro de cada ano, o Conselho Municipal dos Direitos do Pedestre (CONSEPE),
a Ouvidoria do Pedestre e determina a instalação de equipamentos nas
edificações para prevenção de acidentes.
PROC. N. 2467/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 099/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Avenida Nossa Senhora de Guadalupe, Rua Padre Henrique Pauquet, Rua Padre Oscar
Puhl, Rua Padre Ayrton Alvares Bitencourt, Rua Padre Guilherme Boll, Rua Padre
Emilio Hartmann, Rua Padre Franz Maurmann e Rua Padre Valerio Alberton os
logradouros públicos não-cadastrados, conhecidos respectivamente como Rua 5034,
Rua 5035, Rua 5036, Rua 5037, Rua 5038, Rua 5039, Rua 5040 e Rua 5041,
localizados no Bairro Hípica.
PROC. N. 2602/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 102/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina
Rua Antonio Pinheiro Cabral o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua
6314, localizado no Bairro Hípica.
3ª SESSÃO
PROC. N. 2589/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 100/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui o Dia
Municipal do Agente de Fiscalização de Trânsito e Transporte, a ser comemorado
no dia 3 de agosto de cada ano, passando a integrar o Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
PROC. N. 2610/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 103/06, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dispõe
sobre a concessão de incentivo fiscal a empresas que admitirem empregados com
idade superior a quarenta anos, em forma de desconto do ISSQN. Com
Emenda n. 01.
PROC. N. 2922/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 075/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Leonel Brizola –
Ética Política ao Senhor Matheus José Schmidt Filho, nos termos da Resolução n.
1.910, de 30 de junho de 2005.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Pauta hoje está
enriquecida, vejo aqui o PLL nº 110/06, da Verª Manuela d'Ávila que institui o
Programa Municipal do Grafite - Embelezando a Cidade. Eu acho que é sensata a
apresentação do Projeto, porque nós vamos poder diferenciar o grafiteiro do
pichador, aquele que enfeia esta Cidade e que faz com que a estátua daquele que
é o maior Prefeito que esta Cidade teve, José Loureiro da Silva, esteja toda
pichada, e que a Secretaria do Meio Ambiente ainda não removeu, e faz três anos
que foi pedido, na administração anterior e na atual foi pedido, e ainda não
consegui, apesar de nós termos feito um lugar aqui na frente da Câmara para que
ela fosse ali colocada. Então, se nós conseguirmos diferenciar o grafiteiro,
que é aquele que vai lá e pede autorização para fazer o seu trabalho e expor a
sua arte, do pichador, nós já estaremos dando um grande passo para que as
coisas melhorem.
O
Prefeito, através do PLCE nº 001/06, pede autorização para funcionamento de
atividades econômicas no Município de Porto Alegre, e na realidade ele está
pedindo que se autorize o alvará provisório, em razões de dificuldades que
existem para acertar certas irregularidades que ocorrem em alguns projetos. Ao
mesmo tempo ele pede, num outro Projeto, PLE nº 019/06, a autorização para uma
operação de crédito de dois milhões de reais para aparelhar o DEP, para ele se
preparar e conhecer melhor os problemas da meteorologia: locais onde chove
mais, onde chove menos, essas coisas que são muito importantes para que o DEP possa
se estruturar melhor e atender melhor a Cidade.
O
Ver. Nereu D’Avila, através do PLL nº 078/06, pretende um Estatuto do Pedestre,
e eu acho que uma Comissão Especial deve estudar e acho que deve ser chamada
até a EPTC para ajudar a fazer um bom trabalho.
O
Ver. Nedel merece os meus cumprimentos, pois num só Projeto de Lei – PLL nº
099/06, ele apresenta oito denominações de logradouros.
Na
verdade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu ficaria mais satisfeito se o meu
Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05, que prevê que apenas a Comissão de
Justiça e a Comissão de Educação aprovem as denominações de logradouros, e que
essas aprovações sejam consideradas leis e sejam aprovadas evitando muito
trabalho e muita perda de tempo, fosse votado. Ele está sempre na Ordem do Dia
para ser votado, mas não tem sido votado. No momento em que for votado eu vou
sugerir até que haja apenas uma Sessão de Pauta de denominação de logradouros,
e não três.
O
Ver. Haroldo de Souza, no seu PLL nº 103/06, está propondo incentivo fiscal a
empresas que admitam empregados com idade superior a quarenta anos, na forma de
desconto do ISSQN. O ISSQN é um imposto sobre serviços. Então, poucas empresas,
talvez, consigam atender à solicitação do nobre Ver. Haroldo de Souza.
Há
ainda outros Projetos que estão em 1ª Sessão, mas evidentemente não se pode
fazer a análise de todos eles. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, há vários Projetos em
Pauta, alguns cheguei a comentar ontem, sobre outros vou falar pela primeira
vez, mas quero aproveitar este tempo, embora não seja um assunto de Pauta, mas
é o assunto da Cidade. Ver. João Antonio Dib, eu vou pedir aqui, de público,
que V. Exª pense, com aquela calma e a tranqüilidade de quem foi Prefeito e
entende muito bem a nossa Cidade, que o senhor reconsidere essa sua posição, já
que nós vamos entrar, agora, num final de semana, e nós teremos tempo para
isso. É um assunto que, eu disse, não está em Pauta, mas é um assunto latente
na Cidade.
O
Ver. Alceu Brasinha está com um Projeto que autoriza o Executivo Municipal a
instituir o Disque-Denúncia para atendimento de denúncias contra quem adquirir,
estocar, distribuir ou revender combustível impróprio para o consumo. Eu disse
para o Ver. Brasinha que talvez não precise isso. Primeiro: ele é autorizativo.
Segundo: liga para o 190, comunica à Brigada Militar, isso é caso de polícia! O
Ver. Brasinha diz que não funciona o 190. Aí nós vamos ter de fazer um apelo
para a Brigada Militar. Eu vou lhe ser sincero: todas as vezes que eu telefono
para o 190, a Brigada tem-me dado resultado e tem-se posicionado. É uma posição
que V. Exª está manifestando, mas, como está em 1ª Sessão de Pauta, faço esta
colocação, porque nós vamos ter tempo de discutir o Projeto.
O
Ver. Mauro Pinheiro - já tive oportunidade de falar ontem - coloca aqui o
Programa Integrar, de fomento às redes associativas das microempresas, pequenas
e médias empresas. Ora, associativismo e cooperativismo permitem que quaisquer
empresas possam se aglutinar. Então, não há necessidade de fazer uma lei para
esse tipo de incentivo, ou seja, é sabido que, se várias empresas quiserem
adquirir um produto, quanto mais densidade, mais empresas estiverem em volta
daquele mesmo produto, eles vão conseguir um preço diferenciado.
Então,
eu volto a dizer que talvez não exista a necessidade da lei, mas entre si, as
empresas podem fazer. Eu vejo o Ver. Ervino Besson, por exemplo; no seu ramo,
que é o de padaria, se várias padarias fizerem uma cooperativa, eu tenho
certeza de que elas vão conseguir alguns preços bem mais baixos.
Verª
Sofia Cavedon - eu a convido para fazer um rápido debate sobre o seu Projeto,
que fala da questão da alimentação, comercialização de alimentos nas cantinas
de Porto Alegre - me disse ontem que fez uma Emenda, e eu gostaria que V. Exª
falasse um pouco dela.
A
Srª Sofia Cavedon: Muito
obrigada, Ver. Professor Garcia, eu reconheço o seu interesse e a sua
preocupação com esse tema. Este Projeto volta para a Pauta modificado, com um
sentido mais educativo e menos coercitivo e punitivo. Então, ele não vai
proibir a venda, mas ele vai fazer com que os bares escolares também sejam
espaços educacionais, que atualmente só vendem e ainda deseducam com o alimento
que vendem; não sejam algo à parte da escola. Então, há uma Emenda propondo que
seja proibido o uso cartazes que fazem propaganda da Coca-cola, do chiclete.
Não são alimentos; na verdade, tiram a fome das crianças e não alimentam. Só
isso que proíbe.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Refrigerantes
em geral, para não citar marcas, é isso? É isso que V. Exª quer dizer?
A
Srª Sofia Cavedon: É,
para não citar marca. Produtos industrializados com muito açúcar e com muitos
conservantes. E, por outro lado, a outra Emenda, em vez de proibir esses
alimentos, propõe que os outros, os alimentos naturais, sejam incentivados,
estejam na frente, melhor expostos do que os demais, prontos para o consumo e
sejam ofertados. Então, acho que melhora.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Melhora,
e melhora em muito, porque, realmente, V. Exª está colocando uma visão
educacional. Então, quero parabenizá-la.
E,
por último - o Ver. João Antonio Dib até citou este Projeto -, discuto o
Projeto do Ver. Haroldo de Souza, que fala da concessão dos incentivos fiscais
a empresas que admitirem empregados com idade superior a 40 anos. É meritório,
mas eu vejo como de pouca prática, porque o comércio e a indústria não atingem
o ISSQN, porque é o ICMS. Então, são pequenas empresas de prestação de
serviços, e aí normalmente são empresas familiares. Mas há essa preocupação. O
mérito do Projeto é trazer uma discussão latente na nossa Cidade, no nosso
Estado, no nosso País, porque no nosso País nós temos a dificuldade do primeiro
emprego, e, se aos 40 anos nós somos velhos, quer dizer, na realidade fica
muito difícil conseguir o primeiro emprego, que é lá pelos 20 anos; e se 20
anos depois tu já estás velho, o que vai sobrar para uma geração que, hoje, tem
uma longevidade, com pessoas, felizmente, vivendo acima de 70 anos, 80 anos com
qualidade de vida? Então, na realidade nós temos que nos preocupar com a
formação, com a geração de emprego e renda. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo.
Sr. Presidente dos trabalhos, nobre Ver. Luiz Braz; nobres colegas
Vereadoras e Vereadores, público que nos assiste, quero cumprimentar um
assessor da Câmara Municipal de Três Corações, o Sr. Rambouger, um amigo
meu que está presente na Sessão.
Sobre
a Pauta de hoje, Sr. Presidente, dois Projetos me chamaram a atenção. O
primeiro, do nobre amigo e colega Ver. Brasinha, instituindo o Disque-Denúncia
para atendimento de denúncias contra quem adquirir, estocar, distribuir ou
revender combustível impróprio para consumo. É louvável, Brasinha, mas nós já
temos tantas armas, basta a sociedade ter coragem de assumir a sua cidadania e
fazer valer os direitos que nós temos. Não podemos nos acovardar de nos
defrontarmos com as coisas erradas, com as transgressões. Mas é válido, é mais
um mecanismo válido, principalmente se tratando de combustível. Nós temos a promessa
de S. Exª, o Presidente da República, de que, se houver qualquer problema com o
Evo Morales, não haverá aumento do gás, mas nos jornais de hoje nós já temos a
previsão do aumento de dois reais no botijão de gás. Quer dizer, não precisou
nem decretar lá o aumento, e nós já estamos sofrendo com 8% de aumento. E o
pior é que a explicação para esse aumento - o que estarrece mais o mercado
comercial – deve-se ao frio; há muita saída de gás, então, ele encarece. Quer
dizer, só no mercado porto-alegrense, só no mercado brasileiro, quando aumenta
o consumo, aumenta a despesa; nos outros mercados ocorre o contrário: se
aumenta o consumo, as despesas são as mesmas e barateia-se o produto, mas, aqui
no Brasil, atualmente, tudo é possível.
E
sobre o Projeto dos alvarás provisórios, nós retiramos o nosso Projeto para
beneficiar um Projeto do Executivo. Os alvarás provisórios são muito
necessários na nossa Cidade.
Num
contraponto, Sr. Presidente, encaminhamos um pedido de uma Comissão Especial
para a regularização fundiária. Lamentavelmente não passou numa das Comissões,
não passou. Só uma coisa eu perguntaria: por que 10% da população de Porto
Alegre não tem CEP? É um problema fundiário gravíssimo na nossa Cidade. O
Correio não entrega carta para 10% dos porto-alegrenses que não têm CEP. Quer
dizer, falta regularização fundiária, sim.
Os
alvarás provisórios são uma necessidade urgente, urgentíssima na nossa Cidade,
a ponto de nós atrasarmos o desenvolvimento econômico da Cidade. Só para nós
pensarmos, o nosso Aeroporto de Porto Alegre poderia ser denunciado e não
funcionar, porque não tem um alvará definitivo. E como o Ministério Público
cassou as autorizações provisórias do nosso Município, nós estamos na contramão
da história da Lei.
Então,
são essas coisas que eu quero colocar, para que nós levemos em conta. Nós vamos
providenciar um recurso para essa Comissão Especial, e chamar uma atenção toda
especial para essa Lei do Município, que amplia, que busca mais coisas que um
Vereador não poderia colocar, nobre Presidente, para levarmos a bom termo,
porque a regularização fundiária de que os alvarás fazem parte talvez seja uma
das soluções mais urgentes para o nosso Município, e cabe a nós, Vereadores e
Município, resolvermos isso.
Isto
é que nós tínhamos para colocar no dia de hoje. Agradeço muito a atenção dos
senhores. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara,
queria saudar todos. Se o tempo me permitir, quero falar sobre três Projetos
que estão em 2ª Sessão de Pauta.
O
primeiro deles é o Projeto do Ver. Mauro Pinheiro, excelente colega, que
trabalha muito, também, nessa área de pequenos e médios comerciantes. Até é bom
que ele traga esta discussão para este Plenário. Vou falar na mesma linha do
Ver. Professor Garcia, que se pronunciou há pouco: não é necessário o Projeto
de Lei, porque há poucos dias, na semana passada, nós estivemos na PUC, vários
Vereadores estiveram presentes lá - o Ver. Adeli Sell e muitos outros -, onde
um grupo de padarias criou uma rede, que se chama Deliarte. Comerciantes se
uniram e formaram esta rede.
Acho
que não é necessário o Projeto de Lei. Eu estava lendo rapidamente o Projeto de
Lei do Ver. Mauro Pinheiro, o qual enfoca diversos setores, inclusive setores
em que não há como aplicar. Ele colocou o setor de carnes, que tem que ter lei
federal, tem que passar por inspeção, há uma série de problemas. Então, acho
que a idéia é boa, sem dúvida, a de trazer esta discussão para este Plenário;
só acho que não cabe um Projeto de Lei nessa linha que o Ver. Mauro Pinheiro
colocou.
E
o segundo Projeto de Lei é o da Verª Sofia. O PLL nº 082/02, que estabelece
normas para o controle da comercialização de produtos alimentícios e de bebidas
nos bares das escolas públicas e privadas no Município de Porto Alegre. Sei que
V. Exª foi uma excelente Secretária, mas acho que cabe à Direção das Escolas
fazer o controle. Fazer um Projeto de Lei para controlar a venda de bebidas e
alimentos para as pessoas, nas escolas, acho que não é adequado. Acho que cabe,
sim, responsabilizar a Escola, a sua Direção quanto ao controle desses tipos de
produtos.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço, Ver. Ervino. De
fato, a responsabilidade da Educação é com a escola, mas assim como há normas
nacionais, estaduais e municipais para o Ensino, como por exemplo não haver
menos de 200 dias letivos, nós temos normas que advêm - e aí há fundamento no
Projeto, através do Estatuto da Criança e do Adolescente - da Constituição
Federal em que temos de garantir a segurança alimentar das nossas crianças e
uma educação de qualidade. Então, eu estabeleço, porque acho que é uma área
sobre a qual não há nenhuma normatização e não há nenhuma fiscalização. Não
podemos vender bebidas alcoólicas para crianças - todos sabemos -, e nesse
sentido o Projeto vem num caráter educativo, indicando as melhores alimentações
e as coisas que são importantes ressaltar na escola para garantir o espaço
educativo também na cantina, no bar. Também para que o processo da alimentação
seja um momento positivo de educação. Muitas vezes, os pais esperam também do
Poder Público, como, por exemplo, nas creches privadas, escolas infantis
privadas, onde não havia regulamentação antes, e das quais os pais não tinham
certeza se podiam ou não exigir determinados elementos ou cuidados. Então, acho
que há normas que o Poder Público tem de estabelecer.
O
SR. ERVINO BESSON: É
interessante a discussão, que bom conseguirmos fazê-la neste Plenário. Acho que
através do choque de idéias, do enxugamento de idéias é que poderemos trazer
benefícios, fortalecer e resultar bons frutos para nossa população,
principalmente, para os nossos jovens.
Outro
Projeto que quero comentar é o PLCE nº 001/06, importantíssimo, que dispõe
sobre a expedição da Autorização para o Funcionamento de Atividades Econômicas
no Município de Porto Alegre e dá outras providências - alvará provisório. É
nessa linha que sempre tenho defendido, e vou continuar defendendo, é
extremamente importante, meu caro Presidente, que possamos discutir esse
Projeto e aprová-lo o mais rápido possível, porque trará um grande benefício
para a população, principalmente para as pessoas que trabalham com comércio de
pequeno e médio porte em Porto Alegre. Esse alvará provisório, sem dúvida
nenhuma, trará um grande benefício para as pessoas que tinham problemas sérios,
ao longo dos tempos, e por meio dele poderão regularizar a sua situação
sofrida. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que nos
assistem, eu gostaria de falar, hoje, sobre o Projeto da Verª Manuela d’Ávila -
o PLL nº 110/06 -, que é um incentivo sobre a prática da arte do grafite e
estabelece que a participação no programa seja formalizada por meio de
convênio. O Projeto é bom, Vereadora Manuela, e eu gostaria de registrar que
somente uma jovem Vereadora teria uma idéia dessas - brilhante, muito boa -, e
que trabalha, na minha opinião, de forma muito próxima ao que eu penso. Porém,
é importante deixar registrado que este seu Projeto, com certeza, contempla uma
parcela de artistas, porque a grafitagem é arte urbana, nós sabemos disso;
enquanto que os pichadores são vândalos, destroem os patrimônios, os prédios
públicos e privados da nossa Cidade. Então eu fico muito satisfeita com o seu
Projeto.
A
Srª Manuela D’Ávila: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigada pelo aparte. Apenas
queria registrar, Verª Mônica, que desde o início dos debates do
Disque-Pichação, eu procurei a senhora e o Secretário Kevin Krieger, para falar
que a minha opinião era que nós tínhamos que criar projetos complementares.
Digo isso, porque mesmo que tenhamos que punir, temos de criar alternativas,
educar esses jovens que picham, e mostrar que há alternativa, e o grafite é a
principal delas. Surge do nada, da não-arte, do vandalismo, para a arte,
inclusive com grandes obras de artes como nós temos de alguns grandes
grafiteiros em nosso País.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada,
Vereadora. Agradeço, registro, e acredito que V. Exª, com certeza, pensa dessa
maneira por um sentimento natural à juventude, mas eu, por outra razão,
diferencio muito bem o pichador do grafiteiro. Penso que é bom, que chega no
momento exato, principalmente se considerarmos que os pichadores precisam ser
denunciados, e eles não podem ser confundidos com os artistas.
Eu
vejo que, ao mesmo tempo em que se lança na Capital, pelo Executivo, o
Disque-Pichação, que fica a cargo da Secretaria de Direitos Humanos e Segurança
Urbana - feliz idéia desta Vereadora, assim como a sua também é uma boa idéia
-, eu gostaria de deixar bem claro que somente a punição exemplar é que vai
acabar com essa praga que tomou conta da cidade de Porto Alegre.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) O Projeto da Verª Manuela é um belo complemento à sua idéia, e de
bastante tempo, do Disque-Pichação.
Esse
tipo de pessoas nós precisamos evitar, e estimular o grafiteiro, o que,
realmente, faz algumas coisas muito bonitas nesta Cidade.
A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada, Vereador. Finalizando,
gostaria de dizer que fico muito mais tranqüila em ter apresentado a idéia do
Disque-Pichação com a intenção de punir os vândalos, os pichadores, quando vejo
chegar, nesta Casa, um Projeto para incentivar essa arte, porque assim teremos,
claramente, separado os grafiteiros do pichadores.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) V. Exª foi muito feliz nessa exposição, mas, especialmente, a sua
intervenção definitiva é, indiscutivelmente, o Disque-Pichação. Não só porque
essa sua iniciativa teve um outro caráter, de libelo, de SOS, de diagnóstico,
inclusive, de uma situação que há muito tempo era escamoteada na cidade de
Porto Alegre. Agora, não. Agora, nós temos meios, e mesmo com essa brilhante
iniciativa da Ver. ª Manuela, pois, realmente, é indiscutível que tem que se
dar esse tipo de alternativa aos que não são pichadores. Mesmo assim, quero ressaltar
a importância e a medida saneadora da presença coercitiva do Disque-Pichação.
O
SR. IBSEN PINHEIRO: Sr.
Presidente e colegas de representação popular, por falta de inscrição, ontem, o
meu Partido não pode falar dos episódios havidos na terça-feira, no prédio do
Congresso Nacional. Isso me dispensa de destacar a gravidade do fato, porque
foi invariável a manifestação de todos nesta Casa e em todo o País. O episódio
deplorável ocorrido no Salão Verde, no Congresso Nacional, vai além de um
desvio de conduta, ou mesmo de uma ação criminosa de uma pessoa ou de um grupo
de pessoas por envolver um significado de afronta ao Poder Legislativo. E é
preciso que nós tenhamos a compreensão de que este episódio ocorre num momento
de depreciação da imagem do Poder Legislativo. E neste quadro de degradação
imposto ao Poder Legislativo, todos se acham no direito de invadir o prédio e
as atribuições do Legislativo. Eu quero trazer outro fato que ocorreu na mesma
terça-feira, e que foi também uma grave invasão: a invasão da competência do
Legislativo pelo Tribunal Superior Eleitoral. A primeira invasão nem foi tão
grave quanto esta, porque foi grosseira a invasão do Salão Verde e teve o repúdio
nacional. Mas a invasão das atribuições legislativas por um Tribunal da
República é de alta gravidade, Sr. Presidente! Podemos nos perguntar: quem deu
a um Tribunal Superior a atribuição de, como ele próprio diz, consultar o
sentimento da Nação, estabelecer uma ordem, uma resolução ou uma norma? Para
consultar o sentimento da Nação, estão instituídos os poderes políticos, a
representação Parlamentar e o Poder Executivo. O Poder Judiciário tem
compromisso com a legalidade, com a lei, a começar pela Lei Maior. E é bom que
a gente leia e releia o artigo 17 da Constituição, onde está escrito que as
coligações têm que ser unificadas ou díspares, ou congruentes. E, se a Lei
Maior não distingue, haveria que distinguir a lei infraconstitucional. Pois,
também, não o faz. E o Tribunal, considerando que é da conveniência para o
País, estabelece a verticalização. Quem deu ao Tribunal competência para
decidir o que é da conveniência do País? E se a Lei quiser que cada Partido
organize suas coligações de acordo com a sua lei interna, o que tem um Tribunal
a ver com isso? É o mesmo sintoma da depreciação da imagem do Poder
Legislativo, em que eleva alguns vândalos menores, alguns, provavelmente,
manipulados, outros despreparados, e alguns líderes criminosos, sim! Mas,
consigo ver maior gravidade, Sr. Presidente, num ato de um Tribunal Superior,
que se entende delegado da Nação ou delegado do Estado, ou delegado do povo, do
Município, que tem que cumprir três requisitos: tem que subir no caixote, tem
que comer poeira e tem que pedir voto. E nem falo da má fama. Tem que carregar
a má fama de político, também, porque usar cargo vitalício para decidir pela
Nação, não! De quatro em quatro anos tem que renovar esse mandato. Não é
através de cargos vitalícios que
se representa a Nação. Lá, se cumpre a Lei, sim, e se interpreta a Lei nos
limites da Constituição. Acho que devemos registrar a nossa solidariedade ao
Congresso Nacional por essa dupla violação das suas atribuições.
Registro
no meu nome pessoal, meus cumprimentos ao Presidente Aldo Rebelo, da Câmara dos
Deputados, porque agiu numa conjugação rara, Sr. Presidente, rara na vida e na
vida pública: coragem e serenidade. Coragem para manter a Sessão em andamento;
serenidade para resistir às provocações, e coragem para punição exemplar.
Inclusive, Sr. Presidente, com um gesto altamente significativo de impedir a
entrada da polícia do Poder Executivo na sede do Poder Legislativo, lá só entra
com o diploma do Tribunal Eleitoral, ou por requisição da autoridade
legislativa. Fez bem o Presidente da Câmara, lá não entra polícia, a não ser
requisitada pelo Poder Legislativo, porque polícia que entra para prender
desvios de conduta, amanhã se julga no direito de entrar para censurar a
representação popular. Fez bem o Presidente da Câmara!
Gostaria,
Sr. Presidente, e como a voz daqui não chega a Brasília, quem sabe até passo um
telegrama ao Presidente da Câmara e ao Presidente do Senado sugerindo a
possibilidade de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Supremo
Tribunal Federal, para preservar as prerrogativas do Congresso Nacional, para
que só lá se defina se verticalização é coisa boa, ou coisa ruim, porque é a
lei que deve definir, e a lei é feita por quem come poeira, sobe no caixote,
pede voto, e enfrenta todos os riscos da vida pública.
Nossa
solidariedade ao Congresso Nacional pela dupla agressão que sofreu na terça-feira,
tão negativa que tivemos há dois dias. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
gostaria de, sem o brilho costumeiro do Ver. Ibsen Pinheiro, continuar nas
sendas do seu raciocínio em relação aos acontecimentos recentes no Congresso
Nacional.
O Partido dos
Trabalhadores, desde o seu nascedouro, se acoplou parasitariamente nos
movimentos sociais, deles conseguindo dividendos, fossem políticos, eleitorais,
eleitoreiros, e convivendo, incentivando, enfogueirando e colocando numa fria
os movimentos, muitas vezes, nesse passionalismo, e, principalmente, nesse
genético patrimonialismo que se instaurou no País. A gênese deste
patrimonialismo é típica de um só Partido, e quando se fala em corrupção no
País, o top of mind de corrupção, todos nós sabemos quem é.
Mais do que isso, os
acontecimentos no Congresso foram de uma incapacidade tamanha, de uma regressão
à barbárie tal, que conseguiram transformar esse Congresso - que é um dos
responsáveis pelos índices de criminalidade deste País - porque nenhum
militante do PT passaria para seus filhos o filme das CPIs, porque eles querem
educar bem e essa mancha tem que ser apagada da história do País. Agora esse
desacoplamento do Partido dos Trabalhadores, deixando os movimentos sociais
pendurados no pincel... Lembrem-se da Aracruz, lembrem-se da invasão da Ana
Paula, da Coqueiros, lembrem-se de todas as violências patrocinadas desde a
destruição do relógio que anunciava os 500 anos do País até a invasão da
Assembléia Legislativa, onde uma ex-colega nossa pisoteava em cima das
mesas, passando por cima das mesmas e incentivava a destruição dentro da
Assembléia Legislativa, quando, na verdade, era fundamental que fosse para o
edifício ao lado, da Justiça, reclamar e não destruir o Parlamento, uma forma
autoritária de baderna e de quanto pior, melhor! Agora o reflexo está aí. Esse
mesmo Congresso tão maldito foi da forma mais incompetente possível
transformado em vítima, vítima de uma das páginas mais tristes e incompetentes
da história desta Nação, da política nacional! Indiscutivelmente, a invasão no
Congresso, um poder chamado desarmado e que pode fazer todo o quebra-quebra que
não vai acontecer nada, até porque o Partido dos Trabalhadores demitiu muitas
pessoas, mas fica passando a mão pela cabeça, e transformando-os em candidatos
para as próximas eleições com votações, certamente, consagradoras. E nós
veremos o quanto isso deve fazer mal à nacionalidade. E essa indignação está-se
transformando num dos piores sentimentos que a Nação pode sentir. Não mais o
ódio, não mais a indignação, não mais a reação à farsa, a tanto escamoteio, à vigarice;
não o amor, não a construção, não o carinho, não a ternura, não as delícias do
convívio entre as pessoas. Mas, agora, mil vezes pior é a indiferença. A
indiferença do País inteiro a essa invasão, num País que se esqueceu de uma
política de segurança nacional, de segurança do indivíduo, num País que se
esqueceu completamente da parte social. E, hoje, feito cadáveres ambulantes, um milhão de
pessoas buscam a Reforma Agrária, e buscam nas cidades, buscam nos urbanos e
buscam nos palácios aquilo que... Elas erraram de palácio; não poderiam fazer
esse quebra-quebra no Palácio Legislativo! Foi feito, porque o Palácio
Legislativo não tem defesa, não tem armas, é o Poder desarmado, porque, na
verdade, o endereço muito mais correto, muito mais audacioso e, talvez, onde
houvesse uma outra resposta, do próprio Governo, seria o Executivo, a invasão
de um outro Palácio, em busca de um verdadeiro... o Presidente Lula e os seus
quarenta... Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela
Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, hoje o clima está perfeito para podermos
aprofundar, inclusive, alguns aspectos filosóficos, até porque é impressionante
como as pessoas conseguem - num contexto social, em que poderíamos aproveitar
este momento para politizar, para aprofundar o ambiente histórico em que nós
vivemos - diminuir para um fato não menos relevante, porque quero dizer para
vocês que o Partido Socialista Brasileiro é contra a atitude tomada por
aquele movimento no Congresso Nacional, completamente contra. Mas nós jamais
fomos contra os movimentos sociais! Pela minha história dentro do Partido dos
Trabalhadores, nas comunidades eclesiais de base, na Pastoral Operária, eu
nunca estive à frente do movimento, mas sempre junto com ele. E tenho orgulho
dessa história. É claro que aqui existem as várias facetas, e isso faz parte da
democracia. O bom é que desmascara quem é quem. Há aqueles que pegam o fato e
criminalizam tudo, colocam tudo numa vala comum.
Ora, se não fossem os movimentos sociais neste País,
nós jamais teríamos a cristalização
da democracia. Jamais!
Ingenuidade
daqueles que foram no Congresso Nacional, achando que, num ano eleitoral, com o
percentual em que está o Presidente Lula, um fato como aquele não pudesse
acontecer. Infelizmente, algumas Lideranças acabam tendo aquele tipo de prática
e manchando a história daqueles 99,9% que trabalham, sim, para o bem deste
País; ao contrário daqueles que sempre mancharam este País.
E,
por falar em violência, eu queria resgatar os episódios em que houve
derramamento de sangue como, por exemplo, da Santa Margarida, do Santos Dias da
Silva, da Rose Sem-Terra, do Chico e de tantos outros que lutam pela Reforma
Agrária, pela reforma urbana, que querem a descentralização não apenas do
dinheiro, mas da terra, da riqueza, e que morreram baleados pelos covardes,
assassinos, latifundiários deste País, que, na maioria das vezes, são
defendidos por instituições, em especial pelas instituições armadas.
Alguns
defendem esses lutadores - e aqui fica claro - apenas em época de eleição:
pegam criancinha no colo, beijam as pessoas, mas, na hora de votar as políticas
sociais, votam contra o Projeto do Orçamento Criança. E eu os desafio, em razão
da votação que fazem neste Plenário, a dizerem se eu estou mentindo. Uma coisa
é o discurso, e outra coisa é a prática. É só olhar, no papel, com quem estão
esses cafajestes da política, que são os verdadeiros destruidores da
humanidade. Não vamos nos iludir, senhoras e senhores, com esses falsos
democratas que se mostram, agora, como os grandes “salvadores da Pátria”, pois
o que eles realmente defendem é outra coisa. Quando dizem que, agora, há uma
articulação com alguns caras do PCC para elegerem Deputados Estaduais e
Federais, eu lembrei: mas há quanto tempo eles estão dentro do Congresso?
Quando eu lembro da organização da UDR, que é o maior câncer que o País pode
ter, articulado internacionalmente, eu fico me lembrando da pobreza cultural
daqueles que, às vezes, defendem bobagens neste Parlamento. É um direito? É um
direito. É parte? É parte. O que é bom nisso tudo é que “as pessoas tiram a
carapuça”.
Segunda-feira
eu vou ter um Grande Expediente, e eu quero trabalhar muito sobre o que está
acontecendo na criminalização dos comerciantes de Porto Alegre. Em todos os
aspectos, os Projetos mais demagógicos, sem entrar no mérito, foram aprovados
aqui nesta Casa contra os comerciantes.
Então,
a gente começa a fazer, Vereador-Presidente Luiz Braz, um mapeamento; aqui
ninguém é melhor do que ninguém, eu não tenho essa pretensão, mas tenho orgulho
das coisas e das bandeiras que eu apóio. Eu não me escondo atrás de
absolutamente nada, porque sou socialista, graças a Deus, desde o berço, assim
como eu respeito as pessoas que não têm essa opção, mas nós não podemos aceitar
aqui um discurso e, na vida real, as pessoas trabalhando muito no proselitismo
e na política de si mesmas. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho notícias que nos levam a comemorar sobre
a nossa Cidade, mas, antes disso, eu queria fazer uma rápida referência ao tema
trazido a esta tribuna pelo Ver. Ibsen Pinheiro. Eu acho que a democracia
brasileira é uma democracia extremamente curta, se nós avaliarmos do ponto de
vista desses 500 anos de colonização. Portanto, nós temos que ter, em relação a
ela, cuidados muito maiores, talvez, do que até em países onde essa democracia
é mais forte, mais institucionalizada, mais solidificada. E os atos que ameaçam
as instituições democráticas não são apenas atos de violência. Acho que a
democracia é ferida quando, por exemplo, um grupo de vândalos invade o
Congresso brasileiro, espanca os trabalhadores e funcionários daquele Congresso;
ela é ferida por decretos inconstitucionais, por atos inconstitucionais. E eu
acho que, no caso de uma sociedade como a brasileira, onde a pluralidade, a
multiplicidade, a multiculturalidade são uma marca deste País - talvez só a
Índia consiga superar em diversidade cultural, étnica e religiosa a nossa
diversidade – quando ocorre uma imposição via órgão da Justiça a um processo
eleitoral de um País com essas características, inclusive um País continental,
é uma decisão que fere a democracia, porque ela fere a multiplicidade
partidária, a multiculturalidade política, inclusive, porque cada Partido tem a
sua cultura política, a sua história, a sua organicidade. E o Brasil, hoje,
amanheceu mais entristecido do ponto de vista do entusiasmo, que é inerente a
um processo eleitoral. Eu acho que essa verticalização imposta - e acho que ela
é imposta, porque, na verdade, ela não corresponde à maioria das opiniões dos
militantes políticos deste País e dos seus representantes democraticamente
eleitos - fere o espírito de composição de alianças políticas, que,
necessariamente, não precisam ser despolitizadas.
Evidentemente
que essa crise ética brasileira faz com que a sociedade visualize as alianças
sob um ponto de vista negativo, mas muitas alianças são construídas na busca da
soma das experiências das instituições políticas e na soma dos conhecimentos de
diversos Partidos. Então, eu acho que nós estamos falando de Brasil, um País
continental, um País de democracia recente, um País múltiplo e um País que precisa
ser respeitado nessas suas características.
Acho
que essa verticalização não respeitou as características brasileiras; portanto,
não é democrática, porque ela, efetivamente, parte de interesses, inclusive, de
grandes Partidos contra aqueles Partidos que estão vivenciando um processo rico
de discussão política para o seu crescimento e para a apresentação das suas
propostas à Nação.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Manuela d’Ávila está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Excelentíssimo
Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
primeiramente eu gostaria de colocar que, se acho que é verdadeira a colocação
da Verª Clênia Maranhão contra essa forçada verticalização imposta ao processo
político em que vive, também é verdade, Verª Clênia Maranhão, que a
multiplicidade, a diversidade política do nosso País não pode servir de
desculpa, de justificativa para a falta de coerência política das organizações
políticas do nosso País.
Nós,
o nosso Partido, sempre foi contra a verticalização. Nós achamos que o nosso
País deve passar por um outro processo, anterior a essa imposição forçada,
antidemocrática, inclusive, da verticalização. E o processo pelo qual o nosso
País deve passar, na nossa opinião, é uma Reforma Política que garanta, entre
outras coisas, a conseqüência política dos Partidos em todo o Território
Nacional. Nós precisamos passar por uma Reforma Política, na avaliação do
Partido Comunista do Brasil, que contemple essas características regionais, mas
que estabeleça Partidos nacionais. Porque, se é verdade que é antidemocrática a
verticalização, também é verdade que muitos Partidos políticos se usam da
inexistência dela para alegarem a sua independência em determinados Estados,
mas a independência não relacionada às questões da política regional, no
sentido das características regionais do Estado, de determinada região do País,
e sim para justificar, fundamentalmente, Ver. Ervino, os erros dos seus
Parlamentares em determinado Estado, o erro dos presidentes daquele Partido em
determinado Estado, o erro da falta de fidelidade partidária. Portanto nós
somos contra a verticalização, porque não passamos por uma Reforma Política que
garanta os Partidos políticos nacionais, Ver. Ibsen Pinheiro.
Portanto
estamos fazendo com que o Judiciário se imponha à política do nosso País, às
avessas; cria um processo às avessas. Não fazemos Reforma Política, fazemos
aquela “brincadeira” que fez o Congresso Nacional com relação às próximas eleições:
proíbe a perfumaria e não vai no ponto central da questão, que é o
financiamento público de campanha, que é a fidelidade partidária construída em
cima de programas nacionais partidários. Portanto é bom esclarecermos isso. É
simples. Nós também somos contrários à verticalização, mas não porque queremos
a perpetuação das desculpas na política; mas porque queremos transformações
mais radicais na estrutura política do nosso País. Acho que nós devemos
diferenciar as coisas. Muitos que atacam a verticalização o fazem porque
querem, de maneira momentânea, fazer com que seus Partidos cresçam, se
articulem ou se desculpem por erros de seus Parlamentares e presidentes de seus
Partidos em outros Estados. Não é por isso que o nosso Partido é contrário à
verticalização.
Agora,
eu gostaria de destacar um elemento da fala do Ver. Sebenelo. Hoje, Ver.
Sebenelo, o nosso Plenário está bastante calmo, o que é bom, porque nós
produzimos mais, refletimos mais quando estamos tranqüilos. Mas eu gostaria de
lhe dizer que, se o que aconteceu no Congresso foi equivocado - e nós
compreendemos que foi completamente equivocado -, o Presidente da Câmara é do
meu Partido, e V. Exª viu a condução do processo, como foi feito; agora, nós
não vamos aceitar que o que aconteceu no Congresso Nacional, que os barbarismos
feitos lá, sirvam de subterfúgio para justificarem os equívocos que aconteceram
na criminalização dos movimentos socias do nosso País.
E
eu gostaria de compartilhar com todos e todas vocês, Verª Margarete Moraes, que
a ONU vai investigar a ação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul no episódio
da ocupação da Fazenda Guerra, pelos maus-tratos da Brigada Militar, pelas
conversas gravadas, públicas, de brigadianos naquela ocupação, pelo
comportamento que fere não para impedir, Ver. Sebenelo, que fosse feito algo
errado, mas de retaliação e de criminalização dos movimentos sociais. Isso nos
envergonha, tenho a convicção de que todos nós nos sentimos envergonhados ao
vermos uma Instituição que defendemos, porque compreendemos a sua história, o
seu papel, como é a Brigada Militar, com agentes, com indivíduos que compõem
essa Corporação sendo investigados pela Comissão de Direitos Humanos da
Organização das Nações Unidas, pelos maus-tratos e pelo seu comportamento.
Portanto
eu gostaria de repetir: é equivocado o que aconteceu em Brasília, nós
condenamos o que aconteceu em Brasília, temos a tranqüilidade de não achar que
isso aqui é discurso. A condução daquele processo foi feita por um comunista,
dirigente do meu Partido, mas nós não vamos aceitar que os membros do Governo
Germano Rigotto utilizem aquele episódio para justificar a morte de
trabalhadores, como aconteceu, não é segredo para ninguém, foi público, foi
noticiado, para justificar atos de violação dos direitos humanos como os que
aconteceram na Fazenda Guerra, no ano passado. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu
devo voltar ao tema da Segurança, porque o debate feito aqui não parece sério.
Eu, quando ouço a Verª Mônica, a quem respeito tanto e considero tão dedicada
ao seu trabalho, fico um pouco assustada e perplexa pela omissão pura e simples
que a Verª Mônica faz da responsabilidade do Governo Rigotto, especialmente da
responsabilidade do seu Partido com a Segurança Pública deste Estado. O PP era
e é... Ocupa o cargo de Secretário de Segurança o Sr. Otávio Germano, que eu saiba,
é do PP, Verª Mônica, e o seu sucessor também, ou pelo menos toda a equipe
continua, a política é a mesma, e este Estado está jogado no caos da
insegurança. E não vale, e não é sério dizer que o problema é o Governo
Federal. Nós temos problemas, sim. O País, em quatro anos, em três anos, no
Governo Lula, não conseguiu resolver o problema da Segurança, mas tem
iniciativas fundamentais. A cada um real investido na Segurança no Estado do
Rio Grande do Sul, 63 centavos são do Governo Federal. Sessenta e três centavos
são de recurso público federal que apóia o trabalho de segurança neste Estado.
Aqui, no Município, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança
recebe todo o valor para o Programa de Saúde Integral dos Guardas Municipais, é
o único programa de saúde integral que tem para funcionário público municipal.
Aliás, a Prefeitura retirou, está no Diário Oficial, um milhão e 600 mil reais
da saúde dos municipários - Verª Neuza, registre -, para colocar no Conduto
Forçado Álvaro Chaves, para resolver o seu problema de desgoverno e “desgestão”
(sic), ou gestão atrapalhada dessa importante obra, que está
atravancando a vida dos porto-alegrenses, o que não tem explicação: afunda, a
cada etapa da obra se recua o trabalho lá sendo feito.
A
Prefeitura Municipal retira um milhão e 600 mil reais da Saúde do servidor para
pôr numa obra do DEP, do DMAE - está em Diário Oficial -, e o Governo Lula,
criticado aqui pela Verª Mônica, coloca quase todo o recurso que a Secretaria
Municipal de Segurança usa em Porto Alegre, especialmente num programa
importantíssimo, que é o Programa Integral de Saúde dos Guardas Municipais. Fez
todo um diagnóstico da saúde dos Guardas, está fazendo oficinas, tratamento
para que os nossos Guardas Municipais tenham condições de saúde para atuar na
segurança de Porto Alegre.
Olhem
só a contradição: Governo Lula financia o Governo Municipal, Governo Lula
financia 63 centavos de cada um real investido na Segurança no Rio Grande do
Sul. As viaturas compradas para a utilização da ronda da Guarda foram compradas
com dinheiro federal aqui em Porto Alegre, a escola da Guarda está sendo
montada com recursos federais da Secretaria Nacional de Segurança, Ver. Heinen,
que vai falar depois de mim. Essa escola da Guarda é importantíssima, porque
está fazendo a requalificação de todos os Guardas Municipais - fizeram
reciclagem todos eles e vão fazer agora formação técnica para o uso de arma.
Os
telecentros são programas mantidos pelo Governo Federal na Secretaria de
Segurança. Agora, o Estado é omisso, e a insegurança chegou nas escolas. A Verª
Celeste recebeu um e-mail, que eu também recebi e que me escandalizou,
do Sr. Luciano Amorim, professor da Escola Técnica Feijó, que veio aqui na Audiência
Pública, a Escola veio aqui. A Escola tem um comitê de alunos de segurança
pública na Zona Norte, participa do Comitê de Segurança na Zona Norte. O que a
comunidade tem que fazer, ela fez; o Governo Estadual e o Governo Municipal não
fazem. Nem limpar a poeira ao redor da escola, nem iluminar as ruas em torno da
escola não conseguem fazer! E os alunos estão evadindo da escola noturna, as
alunas estão sofrendo violência! E não é uma situação que de repente tenha
acontecido; é a “Crônica de uma Morte Anunciada”, a crônica da morte anunciada,
porque a escola já gritou. A Comissão de Direitos Humanos, tão bem presidida
pelo companheiro Todeschini, fez várias movimentações nesse sentido; mas os
assaltos estão perto das escolas.
Então,
Ver. Dib, isso é um problema de gestão. É verdade que faltam recursos, mas há uma
omissão, há uma incompetência na gestão da Segurança neste Estado! Assumam a
sua responsabilidade! Assumam que são Governo e digam a que vieram! O Estado do
Rio Grande do Sul está sob insegurança máxima, e a gente vem ouvir aqui frases
que não são sérias! Este Governo, o Governador Rigotto terá de responder pelo
seu Governo! Não adianta agora cada Partido sair para um lado, dizendo que nada
tem a ver com este Governo. O povo está pedindo a ação das autoridades, e não
dá para continuar vendo a omissão do Estado e do Município e as escolas
inseguras!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, eu quero saudar todos. Quero agradecer ao meu Líder, o Ver. Nereu
D’Avila, que me concedeu mais uma vez o tempo para que eu falasse em Liderança
pelo PDT, e também agradeço ao Ver. Mario Fraga, ao Ver. João Bosco, à Verª
Neuza...
Antes,
com relação ao meu pronunciamento, eu quis dizer que não sou contra a Reforma
Agrária, até porque o Líder do único Partido que fez uma verdadeira Reforma
Agrária neste País, sem ser Presidente da República, chamava-se Leonel de Moura
Brizola! Nosso querido, inesquecível, Leonel de Moura Brizola!
Agora,
o MST... O que está acontecendo neste País com esse Movimento? Não sei aonde é
que nós vamos chegar. O que o MST criou para disfarçar um pouco a situação
toda? Criou uma filial, uma outra via, a Via Campesina, a quem pertence tudo...
Isso é coisa centralizada pelo MST! Não bastasse isso, criou mais o MLST –
Movimento pela Libertação dos Sem-Terra. Está presa essa gente? Teriam que estar
presos! Aí, sim, teriam que estar presos... Toda essa criação, mudança de nome,
é para criar ramificações, para tentar iludir o povo! O malefício que essa
gente causa, que prega e vai continuar pregando à nossa Nação, ao nosso País...
Isso é muito sério. Essas invasões a propriedades...! A Constituição é clara,
dá o direito à propriedade. Então, eles invadem, matam matrizes, destroem
plantações, queimam casas, fazem toda essa baderna! Não bastasse isso, há pouco
tempo, aqui, nesta Câmara - algum Vereador que me antecedeu já referiu isso –,
houve uma invasão! Foram destruídas coisas, foram danificados computadores...
Tudo fica por isso...! É a impunidade! A Aracruz foi invadida, foi destruída.
Quanto ao que foi feito na Aracruz, uma empresa que traz riquezas, divisas para
o nosso Estado, para o nosso País, será que alguém vai ser preso? Será que
alguém vai pagar por isso? Não sei. Agora, em Brasília... Olhem, nós que
assistimos à televisão e lemos jornais, o que aconteceu em Brasília é
assustador! Mas o que me preocupa, meus caros colegas, Vereadores, alguém aqui
nesta tribuna, teve a intenção... Não sei qual é a intenção de alguns
pronunciamentos... É uma luta democrática. (Mostra jornal.) Essas fotos aqui
demonstram o que é democracia? Isto nós vamos entender como democracia? Ou
anarquia? Olhem, se alguém pensar que um movimento como esse, meu caro Ver.
João Antonio Dib, é uma luta democrática, nós teríamos, sim, todos nós,
Vereadores e Vereadoras, de voltar a sentar no banco de uma escola de 1.º ano
do 1.º Grau. Se alguém, repito, achar que essas fotos, Ver. Ismael, estão
mostrando uma luta democrática, nós estamos voltando à Idade da Pedra. Com
relação ao que aconteceu em Brasília, e não vai parar por aí, o que mais nos
preocupa é a impunidade. Essas pessoas estão presas, mas têm que ficar cinco,
dez anos na cadeia, porque fizeram a destruição do patrimônio público, enfim,
dá vontade de dizer tantas coisas aqui nesta tribuna, mas vamos respeitar este
Plenário, vamos respeitar o nosso telespectador, mas isso nos deixa numa
situação revoltante. É revoltante o que está acontecendo neste País! São grupos
organizados, e todos esses movimentos são premeditados, gente! Não vão pensar
que isso aconteceu por um acaso, naquele momento de euforia, naquele momento
tenso, em que as pessoas tomaram uma posição... Não é nada disso. São
movimentos com pessoas preparadas, anarquistas. Até onde isso vai, não sei,
sabe-se lá. Ao nosso Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que
sirva mais uma vez de alerta - ele é o nosso Presidente, ele tem
responsabilidade com esta Nação -, mas, com relação ao que estamos vendo, não
sei; não sei como isso vai acabar. Mas pedimos a Deus, pedimos ao nosso
protetor, lá de cima, que ilumine, que pelo menos mostre a essas pessoas o malefício
que elas estão fazendo ao nosso País, ao nosso povo. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo.
Sr. Presidente, nobres colegas Vereadoras, Vereadores, telespectadores da
TVCâmara, falamos ontem a respeito do que aconteceu na invasão do Palácio,
símbolo da democracia brasileira. Eu achei que teria passado esse evento,
Ervino Besson, mas, à noite, ouvindo, escutando, analisando os vídeos que foram
passados e esclarecendo a população brasileira da preparação prévia da invasão
do palácio da liberdade e da democracia, 30 dias antes, estudando como fariam a
invasão do palácio...! Meus amigos, isso é inconcebível! Numa pátria livre,
democrática, isso é inconcebível! Grupos, movimentos, sob o nome que tiver, com
instruções pré-concebidas, fazerem o que fizeram com a nossa democracia,
mostrando a imagem para o mundo inteiro do que é o nosso Brasil, do que é a
Nova República, do que é esta democracia!
Nós,
Vereadores, Deputados, homens públicos, temos o dever de defender, de
aperfeiçoar, mas espero que essa democracia, esse ciclo, queira Deus, tenha
chegado ao fim, e que nós possamos construir uma verdadeira democracia responsável
neste País. Porque o que nós vimos e analisamos, não tenho dúvidas, são táticas
de guerrilhas pré-estudadas! Primeiro foi mandada uma intervenção no Rio de
Janeiro, quando o César Maia estava na ponta das pesquisas; depois, fizeram em
São Paulo com o PCC, pegaram gravações que diziam: “Vote em Lula e desencadeie
a chacina”! E mataram policiais.
Dessa
vez, pré-concebidamente, o objetivo era o Salão de Baile, o Salão Verde, o
busto de Covas! Meus amigos, eu temo pela liberdade, pela democracia, e tenho
pena dos meus filhos, se nós, democratas verdadeiros, não tomarmos uma posição
firme nestas próximas eleições! Eu não quero mais nada que não seja através do
voto, mas do voto consciente, do voto levado a toda a população brasileira!
Aquilo que é certo e aquilo que é errado!
Não
podemos compactuar com essa Reforma Agrária que aumenta os caminhantes, que se
instalam à beira da estrada, que ganham gratuitamente para fazer essas badernas
e serem mais um braço armado do Sr. Presidente Lula! E vamos acabar com essa
balela, também, que Lula financia a Segurança e a Saúde! Não, o Município é que
financia o dinheiro de Lula! Quarenta por cento do dinheiro dos brasileiros,
que moram nos Municípios, passa pela mão de Lula! E ele o distribui muito mal!
Não distribui suficientemente para a Saúde, e, principalmente, o que pode
resolver os nossos problemas é o investimento no capital humano, em uma
educação igualitária, de oportunidades iguais, com responsabilidade, com
seriedade! Essa é a verdadeira democracia, de oportunidades iguais no
investimento humano e não no investimento de guerrilhas. Nós estamos
comprometendo a paz e a saúde do brasileiro compactuando com esse tipo de
coisas. É grave, sim, meus senhores, a Saúde Pública, quando os nosso policiais
são mortos por metralhadoras e fuzis, por pessoas drogadas, e querem dizer que
o culpado é o Prefeito, é o Governador. Isso é atribuição exclusiva do Governo
Federal, de S. Exª, Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contingencia as
verbas da Segurança Pública Federal. Passou apenas 15%, até o final de maio da
verba destinada à Força Pública Federal, aí aconteceu aquilo em São Paulo. Nós
temos que buscar verdadeira e sistematicamente uma democracia pura, honesta,
igualitária e responsável. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito
abertura do painel eletrônico, para entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após
apuração nominal.) Quinze Vereadores presentes. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h20min.)
*
* * * *